Crescimento impulsionado por vendas para a Ásia e Europa

As exportações do Brasil cresceram 9,1% em outubro, batendo recorde histórico, mesmo com queda nas vendas para os EUA devido a tarifas.
Em 6 de outubro de 2023, as exportações brasileiras alcançaram um novo patamar, totalizando US$ 31,97 bilhões, com um crescimento de 9,1% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Esse resultado marca o maior valor registrado para o mês desde o início da série histórica em 1989, mesmo diante da forte queda de 37,9% nas vendas para os Estados Unidos devido ao tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.
Impacto das tarifas e crescimento regional
O crescimento das exportações foi impulsionado principalmente pela diversificação nas vendas para a Ásia e a Europa. As vendas para a Ásia cresceram 21,2%, destacando-se a China com alta de 33,4% e a Índia com 55,5%. Por outro lado, as vendas para a América do Norte enfrentaram um recuo de 24,1%, sendo a única região a registrar queda. O principal responsável por essa diminuição foi a queda de 82,6% nos embarques de petróleo, resultando em uma perda de cerca de US$ 500 milhões.
Produtos em destaque
Entre os produtos que tiveram aumento nas exportações, destacam-se a soja com 64,5%, óleos brutos de petróleo com 43%, minério de ferro com 31,7% e carne bovina com 44,7%. Na Europa, as vendas também mostraram crescimento, com destaque para minérios de cobre, que aumentaram 823,6%. A América do Sul viu um aumento de 12,6%, impulsionado pelos embarques de óleos brutos de petróleo, que cresceram 141,1%.
Análise e perspectivas
Segundo Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, a redução nas exportações para os EUA tem sido constante nos últimos três meses, refletindo não apenas os efeitos diretos das tarifas, mas também uma possível diminuição da demanda americana. O cenário atual sugere que, mesmo produtos não tarifados, como óleo combustível e celulose, estão sofrendo impactos significativos, indicando uma complexidade nas relações comerciais. Em suma, o recorde de outubro representa um marco positivo para o comércio exterior brasileiro, destacando a resiliência e a capacidade de adaptação do setor.

