Falha na vacina Excell 10 causa morte de mais de 600 animais no Brasil

Investigação aponta erro na fabricação como responsável pela tragédia no setor agropecuário

Falha na vacina Excell 10 causa morte de mais de 600 animais no Brasil
Vacina Excell 10: falha na fabricação resultou em mortes. Foto: Compre Rural

Uma falha na vacina Excell 10 levou à morte de mais de 600 animais em diversas regiões do Brasil.

Falha na vacina Excell 10 resulta em mortes de animais no Brasil

Uma série de mortes de animais, que ultrapassam 600, foi atribuída a uma falha na vacina Excell 10, utilizada na prevenção de clostridioses em bovinos, caprinos e ovinos. A confirmação da causa veio após uma investigação interna da fabricante, Dechra Brasil Produtos Veterinários Ltda., subsidiária da britânica Dechra Pharmaceuticals. O problema começou a ser relatado no segundo semestre de 2025, inicialmente em regiões do Nordeste, mas rapidamente se espalhou por outras partes do país, aumentando as preocupações entre criadores e autoridades sanitárias.

De acordo com a Dechra, a falha ocorreu na etapa de inativação dos patógenos, essencial para garantir a segurança das vacinas. Nos lotes 016/2024 e 018/2024, esse processo não foi realizado adequadamente, resultando na inoculação de patógenos ainda ativos nos animais. Isso levou ao desenvolvimento da própria doença que a vacina deveria prevenir, colocando em risco a saúde de milhares de animais.

Medidas adotadas pelas autoridades

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) foi informado sobre a situação e, em resposta, suspendeu a produção da vacina na unidade de Londrina (PR). A fábrica passará por uma revisão completa de seus processos, e outras linhas de produtos poderão ser afetadas. Até o início de setembro, foram registradas 612 mortes de animais de diferentes espécies, com notificações ainda sendo feitas por meio do sistema e-Sisbravet, a plataforma oficial para investigações sanitárias.

Agências de defesa agropecuária estaduais, como a Adapi no Piauí, também estão envolvidas na notificação dos surtos iniciais. O Mapa determinou a apreensão dos lotes envolvidos e está realizando auditorias na Dechra, além de análises laboratoriais adicionais.

Questões sem resposta

Apesar das ações imediatas, o Ministério ainda não esclareceu como os lotes defeituosos foram liberados para comercialização, o que levanta preocupações no setor agropecuário. A Portaria nº 49/1997 exige que as vacinas sejam liberadas apenas após resultados satisfatórios em testes oficiais. Em agosto, o Mapa havia estimado que a investigação seria concluída em 60 dias, mas quase três meses depois, ainda não houve uma manifestação oficial sobre a conclusão ou responsabilizações.

Compromisso com a segurança

A Dechra reiterou seu compromisso com a segurança e qualidade dos produtos e disponibilizou canais de atendimento para esclarecimentos. A empresa suspendeu temporariamente toda a fabricação na unidade de Londrina e informou que o fornecimento de alguns produtos poderá ser afetado durante esse período.

Enquanto isso, especialistas reforçam que a vacinação contra clostridioses continua a ser uma prática essencial e eficaz, desde que os produtos atendam aos padrões de segurança. O consumo de carne e leite de animais inspecionados permanece seguro. A Dechra continua a trabalhar em estreita colaboração com o Mapa para garantir que problemas semelhantes não se repitam.

Contatos para esclarecimentos

Para mais informações, a Dechra disponibiliza os seguintes canais de atendimento:

  • SAC: 0800 400 7997
  • WhatsApp: (43) 99135-1168
  • E-mail: sac.br@dechra.com

Os casos devem ser notificados no sistema e-Sisbravet, mesmo aqueles que foram registrados anteriormente por outros meios. A situação é preocupante e requer atenção constante de todos os envolvidos na cadeia produtiva do agronegócio.

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