A vitória da Albânia sobre a Sérvia, por 1 a 0, em pleno território rival, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, no último sábado (11), reacendeu uma das rivalidades mais tensas da Europa. O triunfo, no entanto, ficou marcado por uma celebração que transcendeu o âmbito esportivo, carregando consigo um forte simbolismo político e histórico.
O autor do gol decisivo, Rey Manaj, celebrou o feito formando com as mãos o símbolo da águia bicéfala, presente na bandeira albanesa. O gesto, aparentemente simples, é visto como uma representação da Grande Albânia, conceito que engloba territórios reivindicados por albaneses, incluindo Kosovo. A atitude rendeu ao jogador um cartão amarelo e pode acarretar punições mais severas.
A polêmica comemoração de Manaj está intrinsecamente ligada à disputa territorial envolvendo Kosovo, ex-província sérvia que declarou independência em 2008. Enquanto a Albânia e mais de uma centena de países da ONU reconhecem Kosovo como um estado soberano, a Sérvia continua a considerá-lo parte integral de seu território.
A tensão pré-existente ficou evidente antes mesmo do apito inicial, com torcedores sérvios entoando cânticos como “Kosovo é da Sérvia”. O gesto de Manaj, portanto, surge como uma resposta direta a essas manifestações, elevando a partida a um palco de disputas políticas. A celebração, segundo analistas, foi uma clara reivindicação política em um contexto de animosidade histórica.
Como reportado por diversos veículos esportivos, a FIFA e a UEFA possuem regulamentos rigorosos contra manifestações políticas em campos de futebol. Resta saber se a entidade máxima do futebol irá considerar o gesto de Manaj como uma violação dessas normas, e qual será a punição imposta. O incidente certamente adiciona mais um capítulo à longa e complexa história de rivalidade entre Albânia e Sérvia.
Fonte: http://esporte.ig.com.br
