Análise sobre a recente decisão do ministro do STF e suas implicações para o processo de impeachment

Decisão de Gilmar Mendes suspende prerrogativa do Senado sobre impeachment, gerando controvérsias.
Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão que impacta diretamente a autonomia do Senado da República. Em 3 de dezembro de 2025, ele decidiu, de forma unilateral, suspender trechos da Lei do Impeachment, usurpando a prerrogativa constitucional que cabe ao Senado. Essa ação levanta questionamentos sobre a verdadeira natureza da democracia no Brasil e os limites do poder judiciário.
A decisão que limita o Senado
Com um gesto que pode ser interpretado como imperial, Mendes determinou que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode iniciar processos de impeachment contra ministros do STF, o que efetivamente blindou os membros dessa corte. Essa medida transforma o Senado em um mero espectador dos atos do STF, minando sua função de fiscalização e controle.
A indignação é palpável, principalmente entre os senadores que outrora aceitaram a indicação de Mendes, acreditando em sua capacidade de atuar de maneira imparcial e respeitosa em relação às instituições. A pergunta que fica é: qual é o papel do Senado se ele não pode agir perante possíveis crimes de responsabilidade dos ministros do Supremo?
O papel da Procuradoria-Geral da República
A nova regra imposta por Mendes estabelece que, se a PGR decidir que um ministro cometeu crime, o Senado deve apenas ratificar essa decisão, tornando-se um carimbador de ações que não lhe cabe decidir. Além disso, o quórum necessário para aprovação de qualquer medida foi elevado, passando de 41 votos para 2/3 da Casa, o que reduz ainda mais a influência do Senado.
Essa situação levanta sérias questões sobre a imparcialidade da PGR, que já é vista como próxima dos ministros do STF. A relação entre o procurador e os membros da corte não é apenas de respeito institucional, mas de amizade e parceria, o que pode comprometer a integridade dos processos de impeachment.
Reflexões sobre a democracia
O ato de Gilmar Mendes não é apenas um ataque à estrutura do poder legislativo, mas também um sinal de um avanço autoritário que se intensifica sob o manto da chamada ‘supremocracia’. A sociedade deve refletir sobre as consequências dessa decisão: se isso não é um golpe de Estado, o que mais poderia ser?
A história política do Brasil nos ensina que a concentração de poder em um único órgão pode levar a situações extremas, onde a democracia é ameaçada. A atuação do Senado é fundamental para a manutenção do equilíbrio entre os poderes e a proteção das prerrogativas da Federação.
Conclusão
Diante de tudo isso, é imperativo que a sociedade civil e os representantes eleitos se mobilizem para garantir que a democracia não seja subvertida por ações que visam restringir a atuação do Legislativo. A manutenção da ordem democrática depende do respeito às instituições e suas funções constitucionais. A luta continua, e os cidadãos devem estar atentos a cada movimento que possa ameaçar a liberdade e a justiça no Brasil.



