A saga da Oi, uma das maiores operadoras de telecomunicações do Brasil, chegou a um ponto crítico nesta segunda-feira, com a decretação de sua falência pela Justiça do Rio de Janeiro. A decisão, proferida pela 7ª Vara Empresarial, reconhece a incapacidade da empresa de honrar seus compromissos financeiros, marcando o fim de um ciclo tumultuado após anos de crise e uma segunda tentativa de recuperação judicial.
O pedido de falência partiu do próprio administrador judicial, Bruno Rezende, que apontou a inviabilidade do pagamento das dívidas e o descumprimento do plano de recuperação. A juíza Simone Gastesi Chevrand, em sua decisão, declarou que “a Oi é tecnicamente falida”, evidenciando o “caos financeiro” e o esgotamento dos recursos da companhia, caracterizando uma situação de “liquidação substancial”.
Apesar do decreto de falência, os serviços da Oi não serão interrompidos de imediato. A Justiça autorizou a continuidade provisória das operações, visando assegurar a conectividade para milhões de brasileiros e a manutenção de serviços essenciais. A operadora é responsável pela infraestrutura de comunicação de números de emergência e é a única presente em aproximadamente sete mil localidades no país, além de manter cerca de 4,6 mil contratos com diversas esferas de governo.
Como consequência direta da decisão judicial, toda a diretoria e o Conselho de Administração da Oi foram afastados de suas funções. O administrador judicial, Bruno Rezende, assumirá a gestão da companhia. Adicionalmente, todas as ações e processos de execução contra a Oi foram suspensos, abrindo caminho para a convocação de uma nova assembleia para a organização dos credores.
A crise da Oi se estendeu por mais de uma década, intensificada pelas fusões com a Brasil Telecom (BrT) e a Portugal Telecom. Mesmo com a venda de ativos importantes, como suas operações de telefonia móvel e fibra óptica, a empresa não conseguiu reverter sua situação financeira. Em outubro, as dívidas fora do processo de recuperação judicial já somavam R$ 1,7 bilhão, indicando a grave crise de caixa que inviabilizou a continuidade da operação nos moldes atuais.
Fonte: http://jovempan.com.br
