A partida entre Noruega e Israel, válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, transcende o esporte e se torna palco de tensões geopolíticas. O confronto, que ocorre neste sábado em Oslo, carrega o peso do conflito em Gaza, com a federação norueguesa expressando forte apoio à causa palestina.
A Federação Norueguesa de Futebol cogitou boicotar o jogo, segundo o portal “AF Post”, e tem sido uma das vozes mais ativas na UEFA pela exclusão de Israel de competições europeias. Lisa Klaveness, presidente da federação, declarou que o país está mais próximo dos palestinos devido ao trabalho de mais de uma década na região, “educando treinadores de futebol e criando atividades esportivas para crianças em escolas e campos de refugiados”.
No primeiro jogo entre as seleções, em março, a Noruega venceu por 4 a 2, mas a partida já era carregada de simbolismo. Jogadores noruegueses manifestaram solidariedade às vítimas em Gaza, gerando revolta entre os atletas israelenses. O goleiro Orjan Nyland, capitão da seleção norueguesa, descreveu a situação em Gaza como “cruel”, inflamando ainda mais os ânimos.
A resposta israelense veio em tom de crítica à postura dos noruegueses. O goleiro Daniel Peretz questionou a compreensão do conflito, enquanto o capitão Eli Dasa afirmou não ter “respeito por pessoas ignorantes”. A tensão foi tamanha que os jogadores israelenses se recusaram a trocar camisas com os adversários ao final da partida.
Em um gesto de solidariedade, a Federação Norueguesa de Futebol anunciou que toda a renda do jogo será doada à organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), para apoiar ações humanitárias em Gaza. A iniciativa busca canalizar a atenção para a crise humanitária e oferecer suporte à população afetada pelo conflito.
A UEFA ainda não tomou uma decisão sobre a situação de Israel em seus torneios, mas a pressão por uma suspensão aumenta. Entidades como a ONU e a Anistia Internacional se manifestaram pedindo a suspensão do país do futebol. A possibilidade de exclusão da Liga das Nações e da Eurocopa está sendo estudada, segundo o “The Guardian”, mas a permanência nas Eliminatórias é considerada certa, por ser uma competição da FIFA.
Enquanto a guerra entre Israel e Hamas se estende, o futebol se torna um espelho das tensões globais. A disputa por uma vaga na Copa do Mundo de 2026 se mistura com a luta por justiça e solidariedade, criando um cenário complexo e carregado de significado.
Fonte: http://esporte.ig.com.br