Denúncia abrange desde a implementação do acordo em outubro, com resultados trágicos para a população de Gaza
Hamas denuncia 591 violações do cessar-fogo por Israel, com 357 mortos e 903 feridos.
Hamas denuncia 591 violações do cessar-fogo por Israel
O Ministério do Interior do Hamas na Faixa de Gaza informou neste domingo (30) que Israel já violou o cessar-fogo em 591 ocasiões desde sua implementação em 10 de outubro. A declaração foi feita em um comunicado que detalha os trágicos resultados das ações israelenses, que incluem 357 mortos e 903 feridos, refletindo um cenário de crescente tensão e violência na região.
Detalhes das violações israelenses
De acordo com o comunicado do Hamas, as violações do cessar-fogo abrangem diversos tipos de ações militares. Foram contabilizadas 164 ocasiões em que as Forças de Defesa de Israel (IDF) abriram fogo contra civis, residências e tendas de deslocados. Além disso, houve 25 incursões de veículos militares em áreas residenciais e agrícolas, além de 280 bombardeios, que incluem ataques aéreos e de artilharia, e 118 demolições de infraestruturas civis. O comunicado classifica essas ações como crimes sistemáticos, violando as Convenções de Genebra.
Crise humanitária em Gaza
Em meio a esse cenário de violência, o Ministério da Saúde de Gaza também denunciou a escassez crítica de medicamentos, que se agravou mesmo durante o cessar-fogo. A falta de medicamentos oftalmológicos especializados é especialmente preocupante, afetando cerca de 4.000 pacientes com glaucoma que estão em risco de perder a visão. O ministério fez um apelo urgente para que as partes interessadas garantam o acesso a recursos médicos necessários à população.
Resposta de Israel e acusações ao Hamas
Em resposta às acusações do Hamas, Israel afirmou que o grupo militante viola o cessar-fogo com acessos pontuais de armados em áreas além da linha amarela, que demarca a retirada das tropas israelenses no início da trégua. As autoridades israelenses também acusaram o Hamas de atrasar a devolução dos corpos de reféns que ainda permanecem no enclave, incluindo um militar israelense e um trabalhador tailandês.
Apelos por mediação
Hazem Qassem, porta-voz do Hamas, comentou sobre a situação em uma entrevista à emissora catariana Al Jazeera, ressaltando que a busca pelos corpos reflete o compromisso da organização com o acordo. Ele pediu a mediadores que pressionem Israel a cumprir suas obrigações e abrir a passagem fronteiriça de Rafah, crucial para a ajuda humanitária e o bem-estar da população de Gaza.
A situação permanece tensa e volátil, com as partes envolvidas se acusando mutuamente de violar os termos do cessar-fogo, enquanto a população civil continua a sofrer as consequências desse conflito prolongado.
