Estudo aponta como fatores demográficos e sociais limitam o crescimento do PIB no Brasil

Relatório destaca como o envelhecimento e os benefícios sociais afetam a força de trabalho e o PIB.
Envelhecimento e benefícios sociais: um desafio para a força de trabalho
A análise do impacto do envelhecimento e dos benefícios sociais na força de trabalho brasileira é crucial para entender as limitações do crescimento do PIB. De acordo com o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), publicado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), a pandemia provocou uma drástica redução no número de pessoas disponíveis para o mercado de trabalho, um quadro que não foi totalmente revertido nos anos seguintes. A taxa de participação, que teve uma leve recuperação até o final de 2021, permanece abaixo dos níveis pré-pandemia.
Impactos diretos na economia
A IFI explica que uma taxa de participação menor resulta em um PIB potencial reduzido, o que cria um desafio significativo para a construção de um crescimento econômico sustentável. O relatório, divulgado em 19 de setembro, aponta que a inatividade tem várias causas, incluindo o envelhecimento da população e questões de saúde, além dos efeitos dos benefícios sociais.
Dados alarmantes sobre a inatividade
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua revelam que a proporção de inativos devido à idade avançada aumentou de 24,4% entre 2015 e 2019 para 26,7% na média de 2022-2025. Além disso, a inatividade por problemas de saúde subiu de 16,5% para 18,5%. Esses números ilustram a tendência preocupante que pode comprometer o crescimento econômico do país.
Benefícios sociais e sua relação com a força de trabalho
O estudo do Banco Central mencionado no relatório indica que as mudanças na estrutura etária da população explicam metade da queda na taxa de participação no mercado de trabalho. Outra parte do fenômeno é atribuída à expansão dos benefícios sociais, que têm proporcionado uma rede de segurança, mas também podem desincentivar a busca por emprego. A PNAD não categoriza a inatividade relacionada a benefícios sociais, o que torna difícil mensurar o impacto exato desses programas sobre o trabalho.
A evolução do Bolsa Família
Entre 2012 e 2019, o Bolsa Família atendia cerca de 13,7 milhões de famílias, número que subiu para 19 milhões em setembro de 2025. Durante o mesmo período, o valor médio do benefício aumentou de R$ 166 para aproximadamente R$ 680, conforme destacado pela IFI. Essa ampliação dos benefícios pode estar ligada a uma diminuição na disposição da população mais pobre para aceitar empregos precários.
Diagnóstico e soluções necessárias
A IFI alerta que, se a taxa de participação tivesse retornado à média de 2012-2019, a taxa de desemprego atual de 5,6% poderia ser superior a 8,8%. Portanto, diagnosticar os fatores que limitam a força de trabalho é essencial para evitar perdas na capacidade produtiva do país. O relatório sugere que o foco em políticas de saúde e prevenção de incapacidades pode ser um caminho importante para mitigar esses efeitos adversos.
Conclusão
Em suma, os impactos do envelhecimento e dos benefícios sociais sobre a força de trabalho brasileira revelam um cenário desafiador para o crescimento econômico. A análise da IFI serve como um alerta para a necessidade de ações efetivas que promovam a inclusão no mercado de trabalho, garantindo um futuro mais sustentável para a economia nacional.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: Gloria Borsellino/Unsplash

