Um estudo recente, o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, escancarou as disparidades gritantes na infraestrutura escolar entre as diversas regiões do Brasil. O levantamento, divulgado pela organização Todos Pela Educação, Fundação Santillana e Editora Moderna, analisou a disponibilidade de serviços essenciais como água potável, energia elétrica e saneamento básico, além de equipamentos cruciais para o aprendizado.
A Região Sul, embora apresente indicadores superiores à média nacional, ainda enfrenta desafios significativos. A pesquisa revelou que, apesar de 95% das escolas públicas brasileiras possuírem infraestrutura mínima, a rede de esgoto na região Sul atinge apenas 56,9% das unidades, um número consideravelmente inferior ao do Sudeste (84,7%).
No que tange aos recursos de ensino, o Sul demonstra avanços notáveis. A presença de bibliotecas e salas de leitura é mais expressiva nas escolas de ensino médio (86,5%) e anos finais do fundamental (69,2%). Os laboratórios de informática também se destacam, estando presentes em 46,8% das escolas de anos finais e 73% no ensino médio, superando significativamente os índices do Norte e Nordeste.
Contudo, a conectividade ainda representa um obstáculo. Apesar de 95,4% das escolas públicas brasileiras terem acesso à internet, apenas 44,5% possuem conexão adequada para fins pedagógicos. Mesmo com índices superiores, o Sul ainda não garante o pleno uso das tecnologias em sala de aula.
Os dados do anuário também revelam um cenário preocupante em relação ao desempenho dos alunos. Apenas uma pequena parcela dos estudantes da 3ª série do ensino médio público (4,5%) atinge o nível adequado em matemática e língua portuguesa, evidenciando a urgência de intervenções focadas na melhoria da qualidade do ensino.
Para Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, o estudo reforça a necessidade de políticas públicas que levem em consideração as desigualdades regionais. “Apesar dos avanços, a Região Sul ainda precisa melhorar em esgoto, conectividade e equipamentos para aprendizagem, garantindo condições adequadas para que os alunos possam aprender de forma plena e com qualidade”, ressalta.
Em suma, o anuário serve como um guia crucial para a elaboração do Plano Nacional de Educação e de estratégias que visem uma educação mais equilibrada e eficiente. A priorização das regiões com maiores desafios estruturais é fundamental para garantir que todos os estudantes tenham oportunidades iguais de aprendizado e desenvolvimento.
Fonte: http://massa.com.br