Expectativa do banco é que a taxa chegue a 12,75%, refletindo desafios no controle da inflação

Itaú projeta taxa básica de juros em 12,75% até o final de 2026, acima da média do mercado de 12%.
Expectativas do Itaú sobre a taxa básica de juros para 2026
As projeções do Banco Itaú indicam que a taxa básica de juros, atualmente fixada em 15%, deve ser reduzida para 12,75% até o final de 2026. Esse percentual é superior à média de 12% esperada pelo mercado, conforme o Boletim Focus. A análise do Itaú reflete um consenso entre economistas sobre a possibilidade de cortes na taxa em 2026, com expectativas de que tais reduções possam ocorrer entre janeiro e março.
Impacto da inflação nas projeções de juros
O economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita, salienta que a trajetória da inflação é um fator crítico para a definição da taxa de juros. O banco projeta uma inflação de 4,2% ao fim de 2026, ligeiramente acima da expectativa de 4,18% do mercado. Essa inflação, embora em queda, ainda se mantém distante da meta estabelecida pelo Banco Central, implicando que cortes na taxa de juros podem não ocorrer de forma tão rápida quanto esperado.
Medidas governamentais e suas implicações econômicas
Para 2026, espera-se que medidas governamentais, como a ampliação do Crédito do Trabalhador e a isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil, injetem recursos na economia. Tais políticas podem aumentar a demanda, impactando diretamente na inflação. O Itaú estima que 0,8 pontos percentuais do PIB projetado de 1,7% para 2026 serão impulsionados por essas iniciativas.
Cenário de inflação e suas previsões
Embora as últimas leituras de inflação mostrem uma tendência de queda, a projeção do Itaú indica que a inflação dos alimentos pode acelerar, passando de 2,7% em 2025 para 5,1% em 2026. Já os índices de produtos industriais e serviços devem apresentar um comportamento inverso, com a inflação dos industriais caindo de 2,5% para 1,4% e a de serviços de 6,4% para 5,5% no mesmo período.
Sinais do Banco Central e decisões futuras
Com o mercado dividido sobre o início dos cortes na taxa de juros, o Itaú analisa cenários para que o Banco Central tome uma decisão informada. Para que os cortes possam começar em janeiro, será essencial que o Comitê de Política Monetária (Copom) indique essa intenção em sua comunicação após a reunião de dezembro. O Banco Central deve mostrar uma disposição para flexibilizar sua abordagem, o que incluiria a retirada de expressões que indicam uma postura rígida em relação ao aumento de juros.
Considerações finais
Com as incertezas no cenário econômico e a necessidade de adaptação às novas realidades fiscais, o Itaú mantém um olhar cauteloso sobre a taxa básica de juros. A combinação de pressões inflacionárias e medidas governamentais pode impactar decisivamente as decisões do Banco Central, moldando o futuro econômico do Brasil até 2026.
Fonte: www.infomoney.com.br


