O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, elevou a tensão diplomática ao declarar na Organização das Nações Unidas (ONU) que o reconhecimento do Estado da Palestina por Tóquio é uma questão de “quando”, e não “se”. A firme declaração surge em meio a crescente indignação internacional com as declarações de autoridades israelenses sobre a inviabilidade de um Estado palestino. A postura de Ishiba sinaliza uma mudança potencial na política japonesa em relação ao conflito israelo-palestino.
Ishiba expressou forte descontentamento com o que considera uma rejeição categórica à ideia de um Estado palestino por parte de altos funcionários do governo israelense. “Sinto-me profundamente indignado com as declarações de funcionários de alto escalão do governo israelense que parecem rejeitar categoricamente a própria noção de um Estado palestino”, afirmou o primeiro-ministro. Ele ainda ressaltou que as “contínuas ações unilaterais do governo israelense nunca podem ser aceitas”.
A declaração de Ishiba ecoa um movimento crescente entre os membros da ONU, com cerca de 80% das nações já reconhecendo o Estado palestino. Países como Reino Unido, Canadá e França anunciaram seu reconhecimento recentemente, intensificando a pressão sobre Israel. Essa onda de reconhecimentos ganhou força após a recente ofensiva israelense em Gaza, desencadeada pelos ataques do Hamas em outubro de 2023.
Em resposta aos reconhecimentos, Israel tem se manifestado contrariamente, argumentando que tais ações representam uma recompensa ao “terrorismo” do Hamas. O conflito, que se arrasta por décadas, intensificou-se após o ataque do Hamas, que resultou na morte de 1.219 israelenses, a maioria civis. Em contrapartida, as operações israelenses em Gaza causaram a morte de mais de 65.000 palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, números considerados confiáveis pela ONU.
Com a crescente pressão internacional e a firme declaração do primeiro-ministro Ishiba, o Japão parece estar se preparando para formalizar o reconhecimento do Estado da Palestina, marcando um ponto de inflexão em sua política externa e adicionando mais um capítulo à complexa dinâmica do conflito no Oriente Médio. O mundo aguarda os próximos passos de Tóquio e o impacto que essa decisão terá no cenário geopolítico regional.
Fonte: http://jovempan.com.br