Justiça do Rio absolve réus no caso Ninho do Urubu por falta de provas, gerando revolta e questionamentos

Em uma decisão que reacende a dor e a indignação, a Justiça do Rio de Janeiro absolveu sete réus no processo referente ao trágico incêndio no Ninho do Urubu, que vitimou dez jovens atletas da base do Flamengo em 2019. A sentença, proferida pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal, fundamenta-se na alegação de que a Polícia Civil e o Ministério Público não apresentaram provas suficientes para comprovar a responsabilidade criminal dos acusados.

Entre os absolvidos, figuras importantes do clube à época, como o diretor financeiro Antônio Marcio Mongelli Garotti, o engenheiro civil e diretor-adjunto de Patrimônio Marcelo Maia de Sá, e a diretora administrativa e comercial da NHJ, Claudia Pereira Rodrigues, empresa responsável pelos contêineres que serviam de alojamento. A decisão também absolveu os responsáveis pela manutenção dos aparelhos de ar condicionado, apontados como possível causa do incêndio.

O magistrado justificou a decisão alegando que não foi possível estabelecer uma ligação direta entre as ações dos réus e o incêndio. “Não foi possível vincular a culpa pelo incêndio aos réus do processo”, afirmou o juiz, ressaltando que todos atuaram dentro de suas funções e não violaram deveres objetivos de cuidado. Essa alegação, entretanto, contrasta com a dor das famílias e a busca por justiça que se arrasta desde a tragédia.

A defesa da NHJ, representada pelo advogado Yuri Sahione, comemorou a decisão, alegando que ela “corrige um erro da investigação da Polícia Civil e mantida na denúncia do MP”. Sahione ainda afirmou que a acusação foi construída de forma precipitada. A absolvição, no entanto, levanta sérias questões sobre a apuração do caso e a responsabilização pelos erros que levaram à morte dos jovens atletas.

O incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019, é considerado um dos episódios mais tristes da história do futebol brasileiro. A tragédia ceifou a vida de dez jovens talentos, com idades entre 14 e 16 anos, e deixou outros 16 feridos, expondo as precárias condições das instalações e a falta de segurança no centro de treinamento do Flamengo.

As vítimas fatais foram Athila Paixão (14), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique Matos (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas (15) e Vitor Isaías (15). A memória desses jovens atletas permanece viva, e a busca por justiça continua sendo uma prioridade para suas famílias e para toda a sociedade.

Fonte: http://vistapatria.com.br

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