Justiça Federal mantém prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master

Decisão da magistrada se baseia em riscos à ordem econômica e continuidade das fraudes

Justiça Federal mantém prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Foto: Daniel Vorcaro

Justiça Federal mantém prisão de Daniel Vorcaro, do Banco Master, por risco à ordem pública e continuidade das fraudes.

Prisão de Daniel Vorcaro e suas implicações legais

Nesta quinta-feira, 20 de novembro de 2025, a Justiça Federal decidiu manter a prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, devido a preocupações com a ordem econômica e a possibilidade de continuidade das fraudes. A decisão foi tomada pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Contexto da operação e do pedido de liberdade

A prisão de Vorcaro ocorreu no início da semana durante a Operação Compliance Zero, realizada pela Polícia Federal. A defesa do banqueiro havia solicitado uma liminar para que ele pudesse responder ao processo em liberdade, mas o pedido foi negado. A magistrada justificou sua decisão afirmando que há indícios contundentes de que o grupo criminoso ainda está em atividade, e que a liberdade de Vorcaro representaria um risco concreto, dada a sofisticação das fraudes e seu poder econômico.

As fraudes investigadas

A investigação aponta que o Banco Master estaria envolvido em uma complexa engenharia financeira para ocultar sua real situação contábil e captar recursos de maneira irregular. Estima-se que o esquema movimentou cerca de R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio de 2025. Os principais pontos da fraude incluem:

  • Venda de carteiras podres: O banco vendia direitos sobre empréstimos ao Banco de Brasília (BRB) para obter recursos imediatos, o que seria uma medida para prolongar a sobrevivência do banco enquanto aguardava a venda.
  • Inconsistências nos dados: Ao justificar a origem dos créditos, o Banco Master alegou que provinham de associações de servidores da Bahia, mas auditorias do Banco Central revelaram que os pagadores eram pessoas físicas sem vínculo com tais associações.
  • Utilização de empresa de fachada: As investigações descobriram que uma empresa chamada Tirreno foi criada para atuar como intermediária nas operações financeiras do Banco Master. Essa empresa, dirigida por um ex-funcionário do banco, apresentou documentos com irregularidades.
  • Emissão de CDBs irreais: O Banco Master também é acusado de emitir Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com promessas de retorno muito acima da taxa de mercado, um lucro considerado insustentável.

Consequências para o Banco Master

A situação do Banco Master se agravou na terça-feira (18), quando o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição, congelando os bens de seus controladores e interrompendo negociações de venda do banco para o grupo Fictor Holding Financeira. A defesa de Vorcaro argumenta que a prisão é desnecessária, uma vez que o banco está sob intervenção e ele não possui mais meios de gerir a instituição ou cometer novos crimes.

O futuro da defesa de Vorcaro

A defesa de Daniel Vorcaro ainda está aguardando a análise do mérito de um habeas corpus que não tem data definida para julgamento. Além disso, a advogada de Vorcaro enfatiza que ele possui residência fixa e família no Brasil, e alega que sua prisão foi injustificada, uma vez que ele foi detido no aeroporto de Guarulhos (SP) com a intenção de viajar a negócios para Dubai.

Por determinação judicial, Daniel Vorcaro e os outros executivos detidos permanecem na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

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