Líder brasileiro critica priorização de gastos militares em relação ao clima

Lula afirma que a guerra na Ucrânia reverteu anos de esforços para reduzir emissões de gases de efeito estufa, destacando a urgência de uma transição energética justa.
Em Belém, 7 de novembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante sua fala na Cúpula do Clima, que a guerra na Ucrânia, provocada pela invasão da Rússia, reverteu anos de esforços para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Lula enfatizou que os países estão gastando mais com armamentos do que com ações climáticas, o que, segundo ele, ‘pavimenta o caminho para o apocalipse climático’.
A urgência da transição energética
No evento, Lula destacou a necessidade urgente de combater a pobreza energética e de promover uma transição justa no acesso à energia. Ele apontou que dois bilhões de pessoas carecem de combustíveis adequados para cozinhar e 660 milhões dependem de lamparinas ou geradores a diesel, especialmente nas periferias das grandes cidades e em comunidades rurais da América Latina, África e Ásia.
Condições básicas de vida e seu impacto
O presidente também alertou sobre as consequências da falta de energia nas condições de vida, mencionando que 200 milhões de crianças frequentam escolas sem energia elétrica. Ele ressaltou que a ausência de eletricidade compromete não apenas a educação, mas também a conexão digital, o funcionamento de hospitais e a agricultura moderna. Lula enfatizou que, sem resolver a injustiça das dívidas externas e sem abandonar condicionantes que afetam os países em desenvolvimento, será difícil avançar.
Um direito fundamental
O acesso à energia limpa e acessível deve ser tratado como um direito fundamental, defendeu Lula, que pediu que as nações mais ricas assumam responsabilidades proporcionais na transição energética global. Ele mencionou que há espaço para explorar mecanismos inovadores de troca de dívidas por financiamento da transição energética.
A Cúpula do Clima serve como preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro, também em Belém, com o objetivo de reforçar compromissos multilaterais para enfrentar a crise climática.

