Presidente defende que cada país determine seu caminho na COP30 em Belém

Lula solicita um plano para o fim dos combustíveis fósseis, enfatizando a flexibilidade necessária para cada país.
Em uma declaração durante a COP30, realizada em Belém, no dia 19 de novembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo para que os países acordem um roteiro para a transição energética, visando a redução do uso de combustíveis fósseis. Ele argumentou que cada nação deve ter a liberdade de determinar seu próprio caminho, sem imposições ou prazos estabelecidos. Essa abordagem visa respeitar as capacidades e necessidades específicas de cada país.
Lula conversou com jornalistas após uma série de reuniões com representantes de diversas nações, incluindo Egito, Arábia Saudita, China e Índia. Ele sublinhou que a construção de um “mapa do caminho” é essencial para mostrar à sociedade que a transição energética é uma prioridade, mesmo que não haja um cronograma fixo. “Queremos, sem impor nada a ninguém, que cada país seja dono de determinar as coisas que pode fazer, dentro do seu tempo”, afirmou o presidente.
A legitimidade de Lula para discutir a transição energética é reforçada pelo fato de que o Brasil é um dos principais produtores de petróleo do mundo, extraindo cerca de 5 milhões de barris por dia. No entanto, ele destacou que o Brasil também lidera em iniciativas de energia limpa, utilizando etanol e biodiesel em larga escala, o que torna a matriz energética do país predominantemente renovável.
Além de discutir a transição energética, Lula enfatizou a importância de financiar as medidas necessárias para enfrentar as mudanças climáticas. Ele afirmou que países ricos devem contribuir financeiramente para ajudar as nações em desenvolvimento a implementar políticas de adaptação climática. O presidente também mencionou que as empresas do setor de petróleo e mineração devem arcar com os custos associados a essa transição.
Durante as reuniões, Lula expressou otimismo em relação à possibilidade de convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a importância do desenvolvimento sustentável e da luta contra o aquecimento global, apesar da decisão dos EUA de se retirar do Acordo de Paris. “Um dia haverei de convencer o presidente dos Estados Unidos de que a questão climática é séria e que o desenvolvimento verde é necessário”, disse.
Lula reafirmou que as decisões tomadas na COP30 devem ser construídas por consenso e que é possível encontrar um denominador comum entre as nações. Ele finalizou suas declarações destacando que, embora respeite a soberania de cada país, é essencial que todos trabalhem juntos em prol de um futuro mais sustentável.


