Em entrevista à BBC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu a ausência de comunicação direta com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a imposição de tarifas significativas sobre produtos brasileiros, como aço e alumínio. A declaração ganha relevância no contexto de tensões comerciais e levanta questionamentos sobre a estratégia diplomática adotada.
Questionado sobre a razão de não ter buscado contato com Trump, mesmo diante de sinais de abertura ao diálogo, Lula foi enfático: “Eu não tentei fazer chamada porque ele nunca quis conversar. Nunca, nunca quis conversar.” A repetição da negativa sublinha a percepção de falta de reciprocidade por parte do governo americano.
Lula também revelou que o governo brasileiro não foi notificado formalmente sobre a decisão de taxar os produtos nacionais. “A informação da taxação eu recebi pela imprensa. Nem o meu Ministério das Relações Exteriores recebeu. Nem o meu ministro do Comércio.” Essa falta de comunicação prévia agrava o cenário de incerteza e prejudica as relações bilaterais.
Apesar da ausência de diálogo direto, Lula mencionou o envio de uma carta oficial em 16 de maio, buscando respostas sobre negociações comerciais. “Nós tentamos entrar em contato muitas vezes. Tivemos várias reuniões com os Estados Unidos.” No entanto, o presidente justificou a falta de contato telefônico alegando a indisposição do governo americano em dialogar e sua tendência a tomar decisões unilaterais.
As declarações de Lula, embora impactantes, não geraram grande repercussão na imprensa nacional até o momento, conforme destacado pela Conexão Política, veículo que originalmente divulgou a notícia. O silêncio da mídia tradicional levanta questionamentos sobre a priorização de temas na cobertura jornalística.