Pesquisadora da Embrapa recebe Medalha de Mérito Apolônio Salles

A pesquisadora Mariangela Hungria recebeu a Medalha de Mérito Apolônio Salles por suas contribuições à agricultura sustentável em Brasília.
Em Brasília, no dia 5 de setembro de 2023, a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doutora Mariangela Hungria, recebeu a Medalha de Mérito Apolônio Salles por suas significativas contribuições à agricultura sustentável. A honraria foi entregue pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em uma cerimônia realizada na sede do ministério. Essa medalha foi criada para reconhecer servidores e cidadãos que se destacam nos serviços à agricultura brasileira.
Contribuições de Mariangela Hungria
Mariangela Hungria, laureada recentemente com o World Food Prize, conhecido como o “Nobel da Agricultura”, tem uma trajetória na Embrapa desde 1982, focando sua pesquisa em microbiologia do solo. Ela desenvolveu mais de 30 tecnologias que promovem a substituição de fertilizantes químicos por microrganismos capazes de fixar nitrogênio, melhorando assim a nutrição das plantas. Atualmente, essa tecnologia de fixação biológica de nitrogênio (FBN) é utilizada em 85% da área cultivada com soja no Brasil, além de ser aplicada em lavouras de feijão, milho, trigo e pastagens com braquiárias.
Reconhecimento e impacto
Durante a entrega da medalha, o ministro Fávaro destacou que essa honraria representa não apenas um reconhecimento individual, mas uma homenagem a toda a Embrapa, que, segundo ele, é motivo de orgulho para o governo brasileiro. Ele enfatizou que os bioinsumos são essenciais para que o Brasil demonstre ao mundo sua capacidade de produzir respeitando o meio ambiente. Fávaro elogiou o trabalho de Hungria, afirmando que sua pesquisa em inoculantes biológicos e bioinsumos coloca o Brasil como referência mundial nesse setor.
Desafios e futuro da agricultura
Hungria abordou a necessidade de convencer os agricultores sobre os benefícios dos biológicos na produtividade das lavouras. Embora o Brasil seja líder na adoção de biológicos, ela observou que o uso ainda é limitado a cerca de 15% em comparação aos químicos, e defendeu que é possível aumentar essa taxa para 50% ou 60%. A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, complementou que a tecnologia FBN gerou uma economia de R$ 38 bilhões na cultura da soja em 2024, sublinhando a importância da pesquisa para reduzir a dependência do Brasil em insumos importados. Ela reforçou que essa pesquisa ilustra o compromisso do país com uma agricultura sustentável nas esferas ambiental, econômica e social.



