Reconhecimento da Universidade de Harvard
A ativista Marielle Franco receberá a Medalha W.E.B. Du Bois de 2025 em homenagem a sua luta pelos direitos humanos.
Em 3 de novembro de 2025, a Universidade de Harvard, localizada nos Estados Unidos, revelou que a Medalha W.E.B. Du Bois será concedida à ativista brasileira Marielle Franco, vereadora da cidade do Rio de Janeiro, assassinada em março de 2018. A cerimônia de entrega ocorrerá nesta terça-feira (4). Marielle se tornará a primeira figura pública brasileira a ser homenageada com essa distinção, sendo apenas a segunda latino-americana, após Francia Márquez, vice-presidente da Colômbia, que recebeu a medalha em 2024.
A Medalha W.E.B. Du Bois é um reconhecimento a trajetórias que fortalecem o legado intelectual e cultural das populações africanas e afrodescendentes ao redor do mundo. Em 2025, outros premiados incluem James E. Clyburn, Misty Copeland e Spike Lee.
O norte-americano W.E.B. Du Bois, sociólogo e ativista, é conhecido por sua contribuição na luta pelos direitos civis nos EUA e por seu trabalho fundamental na literatura afro-americana. Marielle Franco se destacou como uma voz forte contra a violência de Estado e em defesa dos direitos humanos, tendo sua trajetória marcada por um compromisso com as causas das mulheres negras, das populações LGBTQIA+ e das periferias.
Em 2018, ela foi convidada pelo Instituto de Pesquisas Afrolatino-Americanas de Harvard (ALARI) para um simpósio, evento que não pôde ocorrer devido ao seu assassinato, ocorrido após denúncias de violência policial na comunidade onde nasceu.
Alejandro de la Fuente, diretor do ALARI, destacou que a vida de Marielle representa a luta contra o racismo, o sexismo e a LGBTQIA+fobia, afirmando que sua memória e legado são indestrutíveis. A homenagem ressalta a interseção entre militância e produção intelectual no campo afro-diaspórico, reforçando a relevância de suas contribuições.
Os responsáveis pelo assassinato de Marielle, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram condenados em outubro de 2024. As investigações indicaram que o crime foi encomendado por outros indivíduos, incluindo ex-chefes da Polícia Civil do Rio de Janeiro. O caso segue em andamento no STF, com o processo ainda em fase de instrução, sem data definida para o julgamento dos mandantes.
