A neurologia testemunha uma revolução silenciosa impulsionada pela medicina nuclear. Novas técnicas de imagem, como PET e SPECT, oferecem uma visão sem precedentes do cérebro em funcionamento, abrindo caminho para diagnósticos mais precoces e precisos de doenças neurológicas complexas.
Esses exames inovadores utilizam radiotraçadores, substâncias que se ligam a moléculas específicas no cérebro, revelando processos celulares anormais. “É como ter uma lupa que nos permite enxergar o cérebro em nível molecular”, explica o Dr. Paulo Gustavo Limeira Nobre de Lacerda, médico nuclear.
Em 2025, a aprovação de novos usos para esses traçadores pela FDA expandiu as possibilidades de investigação da doença de Alzheimer. Agora, os médicos podem quantificar as placas amiloides e monitorar a resposta aos tratamentos, combinando esses dados com informações sobre a proteína tau para uma avaliação completa das demências.
Para a epilepsia, a medicina nuclear se mostra essencial quando a ressonância magnética não consegue identificar a origem das crises. PET e SPECT ajudam a localizar com precisão as descargas elétricas no cérebro, guiando intervenções cirúrgicas com maior chance de sucesso.
Na luta contra o Alzheimer, a detecção precoce de proteínas anormais se tornou uma realidade. Traçadores específicos para amiloide e tau permitem confirmar diagnósticos antes mesmo dos sintomas se agravarem, otimizando o momento de iniciar intervenções terapêuticas e acompanhando a eficácia de novos medicamentos.
A pesquisa continua avançando, com exames promissores para avaliar a saúde das sinapses e a inflamação cerebral. Novos radiotraçadores mapeiam a alfa-sinucleína, auxiliando na diferenciação entre Parkinson e demência com corpos de Lewy, abrindo novas perspectivas para o tratamento dessas condições.
Embora os avanços sejam notáveis, a interpretação dos resultados deve ser feita em conjunto com a história clínica do paciente e outros exames. O uso consciente e criterioso dessas ferramentas garante diagnósticos mais confiáveis e tratamentos personalizados e eficazes.
Entre as ferramentas já disponíveis estão: DaTscan para diferenciar Parkinson de outros tremores; PET com FDG para padrões metabólicos cerebrais ligados a demências; PET com traçador amiloide para identificar a proteína amiloide da Doença de Alzheimer; Cintilografia com MIBG para avaliar a inervação cardíaca e auxiliar no diagnóstico de Parkinson e demência com corpos de Lewy.
Estes avanços trazem vantagens significativas: pedidos de exames mais precisos, diagnósticos mais precoces, acompanhamento mais claro da eficácia dos tratamentos e cirurgias de epilepsia com maior chance de sucesso, beneficiando tanto médicos quanto pacientes.
Fonte: http://jovempan.com.br