Caso de latrocínio choca a cidade com detalhes macabros envolvendo o religioso e seu assassino.

Um jovem confessou ter matado um padre em Dourados após alegar ter sido forçado a praticar sexo. A polícia nega essa versão.
Morte de padre em Dourados: um crime premeditado
A morte do padre Alexsandro da Silva Lima, de 44 anos, em Dourados, Mato Grosso do Sul, chocou a comunidade local. A investigação sobre o caso, que ocorreu na noite de sexta-feira (14), revelou detalhes perturbadores, especialmente após o depoimento de Leanderson de Oliveira Júnior, de 18 anos. O jovem confessou ter cometido o homicídio usando uma marreta e facadas, alegando que foi forçado a praticar sexo oral pelo religioso. No entanto, a Polícia Civil nega essa versão, considerando-a uma tentativa de defesa.
A investigação e os depoimentos
Leanderson afirmou que sua intenção inicial ao visitar a casa do padre era roubar o Jeep Renegade e dinheiro. Ele conheceu o padre por meio de um ex-cunhado, que disse que o religioso costumava oferecer pequenas quantias em dinheiro a jovens. No depoimento, Leanderson revelou que, ao ficarem sozinhos, encontrou a marreta e atacou o padre, que ainda tentou se defender. Após o ataque, ele utilizou uma faca para finalizar o crime.
Em coletiva de imprensa, o delegado Lucas Albé Veppo, chefe do Setor de Investigações Gerais, explicou que a morte do padre se enquadra como latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Ele afirmou que não há indícios de que o padre tivesse qualquer envolvimento sexual com Leanderson, reforçando que as alegações do jovem não encontram respaldo nas evidências coletadas.
O desdobramento do crime
Após cometer o crime, Leanderson tomou banho na casa do padre, buscou a namorada e saiu pela cidade com um amigo de 17 anos, que chegou ao local após a morte do religioso. O jovem revelou a João Victor Martins Vieira, de 18 anos, o que havia feito e levou-o até a cena do crime, mostrando o corpo do padre enrolado em um tapete.
A investigação se complicou quando duas adolescentes, de 16 e 17 anos, foram identificadas como cúmplices, ajudando a limpar o local do crime e a ocultar o corpo. Eles recolheram diversos objetos da casa, incluindo eletrodomésticos e utensílios, antes de colocar o corpo no porta-malas do Jeep Renegade.
Captura e prisão dos suspeitos
As investigações começaram a tomar forma quando a família do padre percebeu sua ausência e encontrou seu celular em posse de uma mulher nas proximidades do IFMS. A polícia foi acionada e, após diligências, localizou o veículo com Leanderson, João e as duas adolescentes.
Enquanto uma equipe realizava a abordagem, outra seguia para a casa do padre, onde foram encontrados sinais claros de violência e sangue. Leanderson, confrontado, levou os policiais até o corpo. O adolescente de 17 anos negou envolvimento no assassinato, mas admitiu ter ajudado na limpeza.
As evidências reunidas pela polícia foram suficientes para prender Leanderson em flagrante, sob as acusações de latrocínio, ocultação de cadáver e fraude processual. João Victor também foi preso, e as duas adolescentes foram apreendidas pelo mesmo motivo.
Conclusão e repercussão
A Polícia Civil agora aguarda a conversão das prisões em preventivas e a manutenção das medidas socioeducativas para os envolvidos. O caso segue sob investigação, à medida que novas informações podem surgir. A tragédia que envolveu o padre Alexsandro da Silva Lima não apenas abalou a comunidade de Dourados, mas também levanta questões sobre segurança e vulnerabilidade em situações de abuso.



