OCDE revisa crescimento do PIB brasileiro, mas alerta para desaceleração

Relatório aponta riscos inflacionários e necessidade de medidas fiscais rigorosas

OCDE revisa crescimento do PIB brasileiro, mas alerta para desaceleração
Foto: Canva

OCDE eleva projeção do PIB brasileiro, mas sinaliza desaceleração e riscos inflacionários.

OCDE revisa projeções para o PIB do Brasil em seu último relatório

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025, mas alerta para uma desaceleração na economia nacional. O relatório divulgado em 2 de outubro projeta uma expansão de 2,4% para 2025 e 1,7% para 2026, números que são ligeiramente superiores às estimativas anteriores de junho, que eram de 2,1% e 1,6%, respectivamente.

Fatores que impulsionam a melhora nas projeções

A melhoria nas projeções da OCDE é impulsionada principalmente pela forte safra agrícola, que deve crescer 17%. Além disso, o consumo das famílias tem se mostrado robusto, apoiado por um mercado de trabalho aquecido, com a taxa de desemprego atingindo 5,6%, um mínimo histórico, e a renda real aumentando mais de 3%. Essas condições favoráveis têm contribuído para um cenário mais otimista para a economia brasileira.

Desaceleração e riscos inflacionários

No entanto, a OCDE destaca que, apesar do crescimento projetado, a economia brasileira apresenta sinais de desaceleração. Desde abril, o índice de atividade caiu 1,8%, refletindo uma diminuição nas vendas do varejo e na produção industrial, que também apresentaram quedas em setembro. A confiança empresarial está em declínio, o que pode impactar negativamente o investimento no país. A OCDE salienta que, em 2026, os investimentos devem perder força devido a juros elevados, incertezas globais e tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras.

Pressões inflacionárias e política monetária

A inflação continua a ser uma preocupação para a OCDE, com o IPCA projetado em 5,1% para 2025, abaixo da previsão anterior de 5,7%, mas ainda acima da meta. Para 2026, a expectativa é que a inflação caia para 4,2% e, em 2027, para 3,8%. Os principais fatores que continuam a pressionar a inflação incluem energia elétrica, alimentos e serviços. O Banco Central, em resposta a esse cenário, manteve a Selic em 15% em julho, com expectativa de afrouxamento apenas em 2026, o que exigirá uma política monetária restritiva por mais tempo.

Desafios fiscais e dívida pública

A OCDE também expressa preocupação com o cenário fiscal do Brasil, considerando elevado o risco de não cumprimento das metas fiscais. O déficit permanece expressivo, e a dívida bruta, atualmente em 77,7% do PIB, deve continuar a subir, com projeções de 80,1% em 2026 e 82,2% em 2027. A organização enfatiza que será necessário um esforço adicional para consolidar as contas públicas, especialmente no controle de gastos obrigatórios, para que a dívida permaneça em uma trajetória sustentável. Uma eventual frustração nas metas fiscais poderia aumentar a incerteza e prejudicar os investimentos.

A situação econômica brasileira, portanto, apresenta tanto oportunidades quanto desafios, conforme destacado pela OCDE, que recomenda vigilância e medidas proativas para garantir um crescimento sustentável e controlado.

Fonte: www.infomoney.com.br

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