Onda de Protestos ‘Sem Reis’ Varre os EUA em Oposição a Trump

Milhares de manifestantes tomaram as ruas dos Estados Unidos no sábado (18), em uma série de protestos intitulados “No Kings” (Sem Reis). A mobilização, que ocorreu em mais de 2.600 localidades, expressou a crescente insatisfação com o que os participantes descrevem como tendências autocráticas e ações antidemocráticas atribuídas ao governo de Donald Trump. As manifestações se estenderam por diversas cidades, pequenas comunidades e até mesmo em algumas capitais estrangeiras, demonstrando a amplitude do descontentamento.

A onda de protestos “No Kings” teve um crescimento considerável em relação às primeiras manifestações de junho. A frustração popular se intensificou em resposta a medidas governamentais controversas. Entre elas, destacam-se os processos judiciais contra opositores políticos, as operações de imigração em larga escala e o envio de tropas federais para cidades americanas.

Leah Greenberg, cofundadora da Indivisible, organização progressista líder na coordenação das marchas, enfatizou a essência democrática dos protestos. “Não há nada mais americano do que dizer: ‘Não temos reis’ e exercer nosso direito de protestar pacificamente”, afirmou Greenberg, ressaltando a importância da liberdade de expressão e da participação cívica.

Em Washington, D.C., manifestantes lotaram as ruas em direção ao Capitólio, entoando cânticos e exibindo cartazes, bandeiras americanas e balões. A mensagem era clara: oposição às políticas de Trump e defesa dos valores democráticos. Alguns manifestantes, com trajes que remetiam a uniformes prisionais e caricaturas de Trump, exibiam cartazes pedindo um novo impeachment do presidente.

Daniel Aboyte Gamez, veterano do Corpo de Fuzileiros Navais com experiência em conflitos no Iraque, Afeganistão e Síria, participou dos protestos em Houston, expressando sua preocupação com a atual situação do país. “Não entendo o que está acontecendo nesta nação neste momento”, disse Gamez, que serviu no Iraque, no Afeganistão e na Síria. “Como veterano do Corpo de Fuzileiros Navais, entendo que os Estados Unidos foram fundados com base em ações contra tiranos, contra reis.”

Desde que assumiu o cargo há 10 meses, Trump tem sido alvo de críticas por suas políticas em diversas áreas. A intensificação da fiscalização da imigração, a redução da força de trabalho federal e os cortes no financiamento de universidades de elite, justificados por questões como protestos pró-palestinos e políticas de diversidade, geraram controvérsia. O envio de tropas da Guarda Nacional para algumas cidades, sob o pretexto de proteger agentes de imigração e combater o crime, também alimentou o debate público.

Questionado sobre os protestos, Trump minimizou a situação em uma entrevista à Fox Business, afirmando que “eles estão se referindo a mim como um rei – eu não sou um rei”. No entanto, a escala e a abrangência das manifestações “No Kings” demonstram a crescente onda de oposição às políticas do governo e a defesa dos princípios democráticos nos Estados Unidos.

Fonte: http://ric.com.br

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