Relatório revela que temperatura pode chegar a 2,5°C até o fim do século

Relatório da ONU indica que o aquecimento global pode alcançar 2,5°C até 2100, com impactos severos.
Em Belém do Pará, 10 a 21 de novembro de 2023, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revela que os compromissos climáticos atuais são insuficientes, prevendo um aumento de temperatura global entre 2,3°C e 2,5°C até o final do século. Essa projeção é uma leve melhoria em relação à anterior, mas ainda distante da meta de conter o aquecimento a 1,5°C.
Compromissos e metas climáticas
A melhoria observada deve-se a ajustes metodológicos e à iminente saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. Apenas 60 países, que representam 63% das emissões globais, apresentaram novas metas até 2035. O Brasil, por sua vez, busca reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 53% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050. Contudo, o relatório menciona que a temperatura média global deverá ultrapassar temporariamente 1,5°C na próxima década, independentemente dos cortes de emissões realizados agora.
Causas e consequências das emissões
As emissões globais de CO₂ equivalente devem atingir 57,7 gigatoneladas em 2024, um aumento de 2,3% em relação ao ano anterior. Para alinhar-se ao limite de 1,5°C, seria necessário reduzir as emissões em 40% até 2030, em comparação com os níveis de 2019. No entanto, as atuais metas resultariam em uma redução de apenas 15% até 2035. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que um aumento temporário acima de 1,5°C é inevitável, mas isso não deve ser motivo para desistir das metas climáticas.
Caminho alternativo e soluções
O relatório sugere um caminho alternativo com medidas rigorosas a partir de 2025, limitando o aumento a 0,3°C e permitindo o retorno a 1,5°C até 2100. Isso exigiria cortes de 26% nas emissões até 2030 e 46% até 2035. As tecnologias necessárias, como energias solar e eólica, já existem, mas sua implementação depende de vontade política e de maior apoio financeiro aos países em desenvolvimento. A janela para agir ainda está aberta, mas se fechando rapidamente, ressaltam os especialistas.




