Pesquisadores confirmam a presença de dinossauros na Amazônia

Estudo revela pegadas de dinossauros na Bacia do Tacutu, em Roraima, com mais de 103 milhões de anos.

Pesquisadores confirmam a presença de dinossauros na Amazônia
Foto: Divulgação/Agencia Brasil

Estudo inédito revela pegadas de dinossauros na Amazônia, datação de mais de 103 milhões de anos.

Descoberta de pegadas de dinossauros na Amazônia

Pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) confirmaram a presença de dinossauros na Amazônia ao identificar pegadas na Bacia do Tacutu, em Roraima, datadas de mais de 103 milhões de anos. Essa é a primeira evidência concreta de que dinossauros habitavam essa região, trazendo à tona um importante capítulo da história natural do Brasil.

O contexto das pegadas descobertas

As pegadas foram localizadas na cidade de Bonfim e pertencem a diversos grupos de dinossauros, incluindo raptores e ornitópodes. Embora não seja possível identificar com precisão as espécies, a descoberta fornece informações valiosas sobre a fauna que habitava a região na era jurássico-cretácea. Segundo Lucas Barros, um dos pesquisadores envolvidos, a preservação dessas pegadas está ligada a condições geológicas específicas que favoreceram sua conservação.

Desafios enfrentados na pesquisa

A Amazônia é uma região que historicamente apresenta poucas descobertas fósseis, principalmente devido à intemperização das rochas, que dificulta a preservação dos restos fósseis. Barros explica que a preservação ocorre quando as rochas estão soterradas, permitindo que as pegadas se solidifiquem e resistam à ação erosiva do ambiente. Além disso, a vegetação local, como a pequena mancha de cerrado na Bacia do Tacutu, contribuiu para que essas pegadas fossem preservadas.

A reativação do projeto de pesquisa

A identificação das pegadas ocorreu em 2014, mas o projeto foi interrompido devido à falta de especialistas e equipamentos adequados. Em 2021, o estudo foi reativado por Barros, que, junto ao professor Felipe Pinheiro, transformou a pesquisa em uma tese de mestrado. Eles começaram a mapear os locais com icnofósseis, vestígios da presença de organismos que viveram no passado.

Metodologia moderna na análise das pegadas

O processo de identificação das pegadas é feito por meio da fotogrametria, que cria modelos 3D de alta fidelidade. Essa técnica permite a digitalização precisa das pegadas, facilitando a descrição e análise das mesmas. Barros estima que existam centenas de pegadas na Bacia do Tacutu, algumas das quais estão localizadas em terras indígenas, tornando seu estudo mais complicado devido ao medo de desapropriações por parte dos proprietários.

Implicações da pesquisa para o futuro

Essa descoberta não apenas enriquece o conhecimento sobre a biodiversidade da era dos dinossauros na Amazônia, mas também levanta questões sobre a preservação do patrimônio fossilífero brasileiro. O estudo evidencia a importância de se realizar pesquisas em regiões pouco exploradas, que podem revelar um passado surpreendente e ajudar a entender as mudanças ambientais ao longo dos milhões de anos.

A pesquisa continua em andamento, com o objetivo de explorar mais áreas e entender melhor a diversidade de vida que existiu na região. Os resultados obtidos até agora abrem novas perspectivas para a paleontologia no Brasil, especialmente em um dos ecossistemas mais ricos e desafiadores do planeta.

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