PGR Solicita Reabertura de Inquérito sobre Suposta Interferência de Bolsonaro na Polícia Federal

O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, requisitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retomada das investigações sobre a possível interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF) durante seu mandato. O pedido, formalizado nesta quarta-feira (15), reacende um caso que estava em compasso de espera desde maio de 2024.

O inquérito, que teve origem nas declarações do ex-ministro Sergio Moro em 2020, apura se Bolsonaro utilizou seu cargo para influenciar o trabalho da PF. A investigação havia sido paralisada após um pedido de arquivamento feito pela gestão anterior da PGR, aguardando a análise do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

Gonet justifica a necessidade de reabertura com o objetivo de aprofundar a análise dos elementos já coletados e verificar possíveis conexões com a investigação da suposta “Abin Paralela”. Segundo a PGR, busca-se esclarecer se houve tentativas de acesso a informações sigilosas ou interferência em investigações que pudessem comprometer o ex-presidente, seus familiares e aliados.

A decisão de Gonet surge após a Polícia Federal ter apontado, em junho, a participação de Bolsonaro em um esquema de espionagem ilegal na Abin. Embora não tenha sido indiciado naquele momento, em virtude de já responder por outros crimes, o caso da Abin adiciona um novo elemento à investigação sobre a possível interferência na PF. A PGR avalia agora se oferecerá denúncia contra ele e os 36 indiciados.

O inquérito original foi aberto após Moro denunciar, em abril de 2020, que Bolsonaro buscava interferir politicamente na PF. Na época, a investigação mirou tanto Bolsonaro, pela suposta interferência, quanto Moro, por possível denunciação caluniosa. Agora, Gonet contesta o pedido de arquivamento anterior, ressaltando que as declarações de Moro sugerem que a troca na direção da PF pode ter sido motivada pelo interesse de Bolsonaro em obter dados privilegiados.

“Imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências nas investigações apontadas nos diálogos e no depoimento do ex-Ministro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”, afirmou Gonet. A decisão final sobre a reabertura do inquérito caberá ao ministro Alexandre de Moraes.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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