O Ministério Público do Paraná (MPPR) deflagrou nesta quinta-feira (9) a Operação Fake Care, que investiga um esquema de corrupção e desvio de recursos públicos na área da saúde em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. O prefeito Marco Marcondes (PSD) foi preso preventivamente, conforme mandado expedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná devido à prerrogativa de foro. Além dele, foram detidos o secretário municipal da Fazenda, que comandou a Saúde até janeiro, um auditor do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) e dois empresários ligados a empresas investigadas.
A investigação aponta que a organização criminosa atuava por meio de contratos direcionados com uma empresa responsável por testagens domiciliares e levantamentos estatísticos, superfaturando os serviços e desviando recursos públicos estimados em mais de R$ 10 milhões. O esquema envolvia pagamento de propina a servidores públicos de alto escalão, conforme denúncias do Ministério Público. Além das prisões, o MP cumpriu mandados de busca e apreensão em Fazendo Rio Grande e Curitiba, incluindo residências, gabinetes na prefeitura e escritórios comerciais.
As ordens judiciais também determinaram a suspensão do exercício da função pública de quatro investigados, afastando-os dos cargos para garantir o andamento das investigações. A operação é conduzida sob sigilo pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O Ministério Público ainda não divulgou detalhes específicos sobre os motivos exatos da prisão do prefeito, e a defesa de Marco Marcondes ainda é procurada para posicionamento. Em nota, a prefeitura informou que aguarda esclarecimentos da procuradora responsável pelo caso. A apuração se estende para verificar se o esquema possa ter envolvimento com outras prefeituras da região.
Entre os crimes apurados estão corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro. A Justiça autorizou medidas restritivas severas para combater o que classificou como um grande prejuízo ao erário municipal, de acordo com as investigações do MP.