Análise revela que a produção industrial continua em desaceleração, mas setores específicos apresentam crescimento

Produção industrial brasileira mostra sinais de desaceleração, com crescimento desigual entre setores.
Produção industrial brasileira enfrenta desafios em 2025
A produção industrial no Brasil tem enfrentado um cenário desafiador desde setembro do ano passado, quando o Banco Central iniciou um ciclo de aumento na taxa de juros para controlar a inflação. Os dados de outubro, divulgados pelo IBGE, revelam uma produção quase estável em relação a setembro, com um leve aumento de 0,1%, mas uma queda de 0,5% em comparação ao mesmo mês do ano passado. As expectativas indicam que a produção industrial deve fechar 2025 com um crescimento modesto, de apenas 1%, em contraste com um crescimento de 3,1% em 2024.
Análise setorial revela comportamentos distintos
Os economistas destacam que as dificuldades impostas pela Selic elevada, atualmente em 15%, ainda devem impactar os próximos resultados. No entanto, a heterogeneidade entre os setores e os bons indicadores de emprego e renda têm suavizado a desaceleração da atividade industrial. André Valério, economista sênior do Inter, ressaltou que 12 dos 25 setores pesquisados tiveram avanço, com destaque para as indústrias extrativas, que cresceram 3,6%, interrompendo duas quedas consecutivas.
Além disso, a produção de veículos e produtos alimentícios também mostrou aumento, com crescimento de 2% e 0,9%, respectivamente. Por outro lado, a análise da XP indicou que a indústria manufatureira sofreu uma queda de 0,6%, enquanto a indústria extrativa manteve uma tendência de crescimento robusto.
Expectativas de crescimento e desafios econômicos
A produção de bens de capital, que aumentou 1% pelo segundo mês seguido, ainda apresenta uma queda de quase 3% em relação ao ano anterior. A alta nas taxas de juros e a incerteza no cenário macroeconômico continuam a pesar sobre o setor. Por sua vez, a categoria de Bens de Consumo Duráveis cresceu 2,7%, impulsionada pela recuperação em produtos eletrônicos e veículos automotores.
As perspectivas para o futuro indicam que a indústria brasileira deve permanecer estável no curto prazo, com os economistas projetando um crescimento de 1% em 2025 e 1,3% em 2026. Claudia Moreno, economista do C6 Bank, acredita que a desaceleração da indústria é um reflexo das altas taxas de juros, que limitam novos investimentos.
Considerações finais sobre a produção industrial
O Goldman Sachs também menciona que o setor industrial enfrenta dificuldades desde meados de 2024, prevendo que as transferências fiscais e o aumento real da folha de pagamento ajudarão, mas que as condições monetárias restritivas ainda representarão um desafio. Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, indica que a atividade industrial seguirá uma trajetória irregular, com crescimento marginal esperado nos últimos meses de 2025.
Por fim, o Bradesco destaca a continuidade da desaceleração econômica, projetando um crescimento do PIB de 2% para 2025. Essa análise reflete um setor industrial que, apesar de alguns avanços, ainda luta para se recuperar em meio a um ambiente econômico desafiador.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: REUTERS/Joa Souza



