Estimativas indicam crescimento menor que as do governo

Projeções do IFI indicam crescimento do PIB a 1,7% e inflação de 4,3% em 2026.
O Brasil deve fechar o ano de 2026 com um crescimento de 1,7% no PIB e com uma inflação de 4,3%, segundo projeções do Relatório de Acompanhamento de setembro da Instituição Fiscal Independente (IFI). As estimativas são menos otimistas do que as usadas pelo governo no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que projetou um crescimento de 2,4% para a economia no ano que vem e uma inflação de 3,6%.
Divergências e incertezas
De acordo com o IFI, essas duas divergências já são relevantes para alimentar as incertezas sobre se é factível o governo atingir a meta fiscal de um superávit primário de 0,25% do PIB, ou R$ 34,3 bilhões, no exercício de 2026. Em uma perspectiva de médio e longo prazo, a instituição independente estima ser necessário um superávit primário de 2,1% do PIB para estabilizar a relação entre dívida pública e o PIB.
Desaceleração econômica
O relatório identifica a desaceleração da economia em relação ao biênio 2023/24, mas com a economia ainda operando acima de seu potencial, com mercado de trabalho aquecido. O menor ritmo de crescimento é consequência da política monetária contracionista praticada pelo Banco Central, do arrefecimento da demanda interna e da moderação do crédito.
Propostas pendentes
Entre as incertezas que cercam a peça orçamentária proposta para o próximo ano, o relatório destaca medidas que ainda dependem de aprovação pelo Congresso Nacional, como a MP sobre a tributação de aplicações financeiras antes isentas e o controle de utilização dos créditos tributários. Essas receitas esperadas dependerão do grau de desidratação das propostas originais enviadas pelo governo.
Considerações finais
Os diretores da IFI, Marcus Pestana e Alexandre Andrade, avaliam que a situação fiscal brasileira não é tão aguda quanto a da Argentina, mas alertam para a deterioração do quadro fiscal nacional, que eles classificaram como “lenta, gradual e progressiva”. As mudanças de metas e a exclusão de determinadas despesas da apuração do limite de gastos comprometem o papel do arcabouço de sinalizador da solidez da política fiscal.
Notícia feita com informações do portal: www.infomoney.com.br