Roberto Campos Neto defende a força do dólar e a inovação nos EUA

Ex-presidente do Banco Central discute a hegemonia do dólar e a economia global em evento em São Paulo

Roberto Campos Neto defende a força do dólar e a inovação nos EUA
Roberto Campos Neto durante evento em São Paulo. Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

Campos Neto destaca que a hegemonia do dólar e a inovação nos EUA permanecem sólidas, desafiando a ideia de decadência americana.

A força do dólar e a inovação nos Estados Unidos

No dia 3 de outubro, durante um evento promovido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP), Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, apresentou uma análise sobre a força do dólar e a situação econômica dos Estados Unidos. Campos Neto refutou a ideia de que o país esteja em decadência ou que sua moeda, o dólar, perderá espaço como moeda de reserva global.

O economista enfatizou que a hegemonia dos EUA continua sólida, tanto no aspecto monetário quanto na inovação. Ele argumentou que, apesar das preocupações sobre a perda de influência do dólar, as reservas internacionais em criptoativos, especialmente as stablecoins, demonstram uma demanda crescente pela moeda americana.

A ascensão das stablecoins e sua relação com o dólar

Durante sua apresentação, Campos Neto destacou que 99% das stablecoins são lastreadas em dólar. Ele observou que esse crescimento do mercado de stablecoins, que tem uma taxa de expansão de 300% ao ano, gera uma demanda cativa por títulos da dívida americana. “Se o que mais cresce é stablecoin, e quase 100% é dólar, eu crio demanda cativa para títulos da dívida americana”, afirmou ele.

Desafios econômicos e a estrutura de produtividade

Além de discutir a força do dólar, Campos Neto abordou os desafios econômicos globais. Ele traçou um panorama desde o período pré-pandemia, quando as preocupações eram voltadas para a deflação e o baixo crescimento, até o atual cenário de juros altos e crescente endividamento.

O ex-presidente do Banco Central ressaltou que a pandemia resultou em um aumento significativo dos gastos públicos, o que ajudou a evitar uma depressão econômica. No entanto, ele alertou para problemas estruturais de produtividade que persistem, especialmente em relação às escolhas políticas que priorizam a tributação sobre o capital em vez da mão de obra.

A visão sobre o futuro econômico

Roberto Campos Neto acredita que a política monetária atual do Banco Central é eficaz, embora a instituição enfrente um ambiente de percepção de risco fiscal elevado. Para o futuro, ele defende que o foco deve ser em políticas que incentivem a produção ao invés de aumentar a demanda. “A única forma é estimular o setor privado”, concluiu, ressaltando que sem um aumento na produtividade, será difícil superar a combinação de dívida alta e juros elevados.

Fonte: www.infomoney.com.br

Fonte: REUTERS/Ueslei Marcelino

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