Senado aprova censura ao chanceler alemão por declarações xenófobas

Friedrich Merz é criticado por comentários sobre Belém, sede da COP30

Senado aprova censura ao chanceler alemão por declarações xenófobas
'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Foto: Friedrich Merz

Senado brasileiro aprova voto de censura contra chanceler alemão por declarações sobre Belém.

Voto de censura ao chanceler alemão é aprovado pelo Senado

O plenário do Senado brasileiro aprovou, no dia 18 de novembro de 2025, um requerimento de voto de censura ao chanceler alemão Friedrich Merz. Esta decisão foi motivada por declarações que o chanceler fez sobre a cidade de Belém, sede da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), que foram consideradas xenófobas e preconceituosas.

As declarações de Merz ocorreram durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, no dia 13 de novembro, onde ele comparou o Brasil à Alemanha de maneira depreciativa. Merz afirmou: “Senhoras e senhores, vivemos em um dos países mais belos do mundo. Na semana passada, perguntei a alguns jornalistas que estavam comigo no Brasil: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes por termos retornado à Alemanha daquele lugar que tínhamos acabado de visitar”. Essa fala foi amplamente criticada e gerou reações em todo o Brasil.

Reação de Zequinha Marinho e a defesa de Belém

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), autor do requerimento, argumentou que as palavras de Merz não apenas ferem a imagem da cidade de Belém, mas também desrespeitam todo o povo brasileiro, especialmente os que vivem na Amazônia. “As declarações do chanceler são superficiais e paternalistas. A COP30 é uma oportunidade para que os países assumam compromissos reais e ambiciosos para a preservação da floresta”, disse Marinho, enfatizando a importância da conferência para o futuro ambiental do país.

Além disso, ele destacou que Belém foi escolhida como sede da COP30 devido à sua localização no coração da Amazônia, onde se trava uma batalha crucial contra o aquecimento global. Em sua visão, a escolha da cidade é um reconhecimento da importância da região na luta pela conservação do meio ambiente.

Resposta do presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o assunto, fazendo uma crítica bem-humorada ao chanceler alemão. Em um evento de inauguração de uma ponte que liga os municípios de Xambioá (TO) a São Geraldo do Araguaia (PA), Lula comentou: “O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: ‘Fui no Pará e voltei logo porque gosto mesmo é de Berlim’. Ele, na verdade, deveria ter ido em um boteco no Pará. Ele deveria ter dançado no Pará. Ele deveria ter provado a culinária do Pará. Ele ia perceber que Berlim não oferece a ele 10% da qualidade que oferece o Estado do Pará e a cidade de Belém”.

Lula também abordou as críticas relacionadas aos altos preços de hospedagem e alimentação durante a COP30, ressaltando que é comum que as pessoas se queixem de preços em eventos, mas que nunca fizeram o mesmo em outras ocasiões, como em shows e aeroportos. “A COP30 vai ser no Pará para quem gostar e para quem não gostar”, concluiu o presidente.

A situação gerou um debate intenso sobre como os líderes internacionais percebem e se referem ao Brasil, especialmente em eventos de grande importância ambiental como a COP30.

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