Ex-primeira-ministra foi julgada à revelia após fuga para a Índia em 2024

A ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, foi condenada à morte por crimes contra a humanidade.
A ex-primeira-ministra Sheikh Hasina foi condenada à morte pela Justiça de Bangladesh nesta segunda-feira (17), após ser considerada culpada de ordenar a repressão violenta de protestos que resultaram na sua queda em 2024. O tribunal, localizado em Dacca, afirmou que a repressão provocou a morte de pelo menos 1.400 pessoas, sendo a maioria civis, de acordo com a ONU.
O juiz Golam Mortuza Mozumder declarou que “todos os elementos constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos”. Ele enfatizou a gravidade das ações de Hasina, que foi chefe de governo por 15 anos. Após o veredicto, a ex-primeira-ministra, que fugiu para a Índia em agosto de 2024, negou as acusações e afirmou que o julgamento foi realizado à revelia sem a sua presença.
“As sentenças proferidas contra mim foram ditadas por um tribunal manipulado, estabelecido e presidido por um governo não eleito e sem mandato democrático”, afirmou Hasina em um comunicado, destacando sua indignação com o processo judicial.
A decisão do tribunal gerou grande expectativa na sociedade de Bangladesh, que conta com mais de 170 milhões de habitantes e se prepara para as eleições legislativas que ocorrerão em três meses. A polícia da capital foi mobilizada para garantir a segurança nas imediações do tribunal e em pontos estratégicos da cidade, demonstrando a tensão política que permeia o ambiente.
Este caso de Sheikh Hasina é emblemático dentro do contexto político de Bangladesh, onde as rivalidades entre partidos têm gerado uma série de conflitos e crises. A repressão dos protestos que levaram à sua queda foi marcada por um uso excessivo da força por parte das autoridades, resultando em uma série de violações dos direitos humanos, conforme relatórios de organizações internacionais.
A condenação de uma figura tão proeminente gera repercussões não apenas a nível nacional, mas também internacional, com muitos observadores atentos ao desenrolar dos próximos eventos políticos no país. O futuro de Bangladesh pode ser impactado significativamente pela forma como o governo atual lidará com a situação e pelas reações da população diante de um cenário tão conturbado.
A ex-primeira-ministra, agora condenada, não é apenas uma figura política, mas também um símbolo das tensões que marcam a história recente de Bangladesh. Com a aproximação das eleições, a situação política pode se tornar ainda mais volátil, com potenciais protestos e reações contrárias à decisão do tribunal. O caso de Sheikh Hasina poderá, portanto, moldar o futuro político e social do país nos próximos meses.


