Meteorologistas analisam o impacto do tornado que causou seis mortes
Um tornado devastador em Rio Bonito do Iguaçu, Paraná, deixou seis mortos e 750 feridos. Meteorologistas explicam as causas e desafios na previsão deste fenômeno.
Em 8 de novembro de 2025, um tornado devastador atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, localizada no estado do Paraná, resultando na morte de seis pessoas e deixando pelo menos 750 feridos. O evento trouxe destruição significativa à infraestrutura local e à vida dos moradores. O meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (SIMEPAR), forneceu uma explicação sobre as condições que levaram à formação do tornado.
Formação e dinâmica do tornado
Segundo Jacóbsen, o fenômeno foi causado por supercélulas de tempestade que se desenvolveram na dianteira de um sistema frontal, provocado por um ciclone extratropical. Este ciclone originou-se de um sistema de baixa pressão e afetou não apenas o Paraná, mas também outras áreas, como o litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, onde ocorreram quedas de árvores e danos diversos. O meteorologista ressaltou que, apesar do ciclone ainda estar ativo sobre o Oceano Atlântico, a previsão para os próximos dias indica uma calmaria temporária no sul do país, embora o clima possa se tornar instável novamente a partir de quarta-feira.
Desafios na previsão de tornados
Giovanni Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), destacou a complexidade envolvida na previsão de tornados, mesmo com o uso de sistemas de radar modernos. Embora o Brasil tenha investido em tecnologias para alertas de chuvas intensas, a previsão de tornados ainda se revela um desafio devido à sua natureza aleatória e à falta de dados históricos suficientes. A imprevisibilidade dos tornados torna a preparação e a resposta a esses eventos mais difíceis, demandando um esforço contínuo para aprimorar as tecnologias de monitoramento e alerta.
Impacto das mudanças climáticas
Além dos desafios na previsão, Dolif comentou sobre o impacto das mudanças climáticas na frequência e intensidade das tempestades. Ele sugeriu que um planeta mais quente pode potencialmente intensificar esses fenômenos meteorológicos, embora a relação direta com o recente tornado no Paraná ainda não possa ser confirmada. A necessidade de desenvolver melhores sistemas de alerta e monitoramento é essencial para minimizar os danos de eventos climáticos extremos no futuro.
