Dados da PNAD Contínua revelam aumento no trabalho infantil

Estudo do IBGE revela que 1,65 milhão de jovens entre 5 e 17 anos estavam em situação de trabalho infantil em 2024, com aumento de 2,1% em relação a 2023.
Em 19 de setembro de 2025, o IBGE divulgou dados alarmantes sobre o trabalho infantil, registrando 1,65 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho no Brasil em 2024. Esse número representa um aumento de 2,1% em relação a 2023, embora haja uma queda significativa de 21,4% desde 2016.
Impactos na educação
A pesquisa destaca que a educação das crianças e adolescentes é severamente afetada pelo trabalho infantil. Enquanto 97,5% do total de jovens dessa faixa etária são estudantes, apenas 88,8% daqueles em situação de trabalho frequentam a escola. A desigualdade se acentua entre os adolescentes de 16 e 17 anos, onde 90,5% estão na escola, em comparação com 81,8% dos que trabalham. Além disso, a carga horária de trabalho aumenta com a idade, com 49,2% dos adolescentes de 16 e 17 anos dedicando pelo menos 25 horas semanais ao trabalho.
Informalidade e perfil dos trabalhadores
A informalidade é um fator crucial, com 69,4% dos adolescentes de 16 e 17 anos trabalhando de maneira informal, o menor patamar da série histórica. Regionalmente, o Nordeste e o Sul apresentaram os maiores aumentos na quantidade de crianças e adolescentes em trabalho infantil, enquanto a Região Norte teve a queda mais intensa. O perfil das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil revela que 66,0% eram negros ou pardos, e 66,0% do total eram do sexo masculino.
Avanços e desafios
Apesar do aumento no número de trabalhadores infantis, um dado positivo é que o número de crianças e adolescentes na Lista TIP, que inclui as piores formas de trabalho infantil, atingiu o menor patamar da série histórica, com 560 mil pessoas em 2024. No entanto, em domicílios que recebem o Bolsa Família, 5,2% das crianças e adolescentes estavam em situação de trabalho infantil, acima da média nacional de 4,3%. A série histórica aponta uma redução acentuada desse percentual entre os beneficiários do programa.