Universidade Cornell inova com impressora 3D que tricota objetos

Nova tecnologia combina tricô e impressão 3D utilizando fios convencionais

Universidade Cornell inova com impressora 3D que tricota objetos
Máquina ainda comete pequenos erros, mas está avançando. Fotografia: Divulgação/Universidade Cornell

Universidade Cornell desenvolve impressora 3D inovadora que tricota objetos sólidos com fios comuns.

A impressora 3D criada pela Universidade Cornell promete revolucionar o campo da fabricação digital. Pesquisadores desenvolveram um protótipo que combina a técnica tradicional do tricô com a modernidade da impressão 3D, utilizando fios convencionais para criar objetos sólidos em três dimensões. Essa inovação une tecnologia e artesanato, apresentando um novo horizonte para a produção de peças.

O protótipo, que faz parte de um projeto acadêmico, é equipado com uma base composta por agulhas de tricô dispostas em uma matriz de 6 x 6. Uma cabeça motorizada é responsável pela distribuição do fio de forma automatizada, enquanto um software controla todo o processo, definindo tanto o padrão dos pontos quanto o percurso de cada agulha. Isso permite que a impressora reproduza a complexidade do tricô manual, com a vantagem de um controle mais preciso.

Cada agulha da impressora possui ganchos duplos simétricos, impressos em 3D e conectados a tubos de latão. Essa configuração permite que as seções frontal e traseira se movam de maneira independente, possibilitando a alternância entre diferentes tipos de pontos. Assim, a impressora consegue replicar a expressividade do tricô feito à mão, mas com a precisão de uma máquina.

Apesar de suas inovações, a impressora ainda enfrenta desafios. Atualmente, seu funcionamento é lento e a máquina comete pequenos erros, como quedas de laçadas. Além disso, ela está limitada a objetos simples, como aquecedores de pulso, pirâmides e caixas. Contudo, os pesquisadores da Cornell acreditam que a tecnologia tem um grande potencial de evolução. Com a adição de mais agulhas e melhorias no sistema de controle, a capacidade da impressora deve aumentar significativamente.

Entre as aplicações futuras sugeridas pelos cientistas, destaca-se a possibilidade de criar estruturas tridimensionais que funcionem como andaimes, podendo servir de suporte para o crescimento de ligamentos ou veias artificiais. Essa perspectiva amplia não apenas as funcionalidades da impressora, mas também o campo de uso da fabricação 3D, que pode ir além dos tradicionais plásticos e metais.

Os benefícios dessa nova abordagem são diversos. A impressora permite um controle mais preciso sobre a espessura e a rigidez do material, utiliza fios comuns, o que reduz custos, e gera peças que são ao mesmo tempo flexíveis e resistentes. Essa combinação de características pode transformar a forma como produtos são fabricados e utilizados em diversas áreas.

A Universidade Cornell não está sozinha nesse avanço. A Universidade Carnegie Mellon, que colaborou com a pesquisa, já havia desenvolvido softwares que transformam máquinas de tricô tradicionais em impressoras 3D focadas em têxteis. Além disso, protótipos de móveis tricotados por robôs que mudam de forma com um único puxão foram também apresentados.

A pesquisa e desenvolvimento dessas impressoras 3D inovadoras foi apresentada em setembro de 2025, durante o Simpósio da ACM sobre Software e Tecnologia de Interface de Usuário, realizado em Busan, Coreia do Sul. O evento destacou o crescente interesse da comunidade científica por métodos alternativos de fabricação digital, que prometem mudar a forma como objetos são criados e utilizados no futuro.

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