USS Gerald R. Ford entra no Caribe em meio à tensão com a Venezuela

Porta-aviões mais avançado dos EUA intensifica pressão militar na região

USS Gerald R. Ford entra no Caribe em meio à tensão com a Venezuela
USS Gerald R. Ford em operação militar. Foto: Gerald R. Ford Carrier Strike Group and U.S. Air Force B-52 Joint Operations

O porta-aviões USS Gerald R. Ford entra no Caribe, aumentando a pressão sobre a Venezuela.

USS Gerald R. Ford entra no Caribe em meio a tensões com a Venezuela

Neste domingo (16), o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o mais avançado da Marinha dos Estados Unidos, cruzou a Passagem de Anegada, no Caribe, aumentando a pressão militar sobre a Venezuela. Esta movimentação ocorre em um contexto de intensificação das operações do governo americano contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas. A operação, conhecida como “Operação Southern Spear”, já resultou em 20 ataques a pequenas embarcações desde setembro, com um saldo trágico de pelo menos 80 mortos, sem que o governo tenha apresentado evidências concretas de que esses alvos seriam “narcoterroristas”.

Com a chegada do USS Gerald R. Ford, a missão militar dos EUA na região passou a contar com quase uma dezena de navios e cerca de 12 mil militares, incluindo marinheiros e fuzileiros. O grupo de ataque é composto por caças, destróieres e aeronaves de apoio, todos sob o comando do contra-almirante Paul Lanzilotta, que afirmou que o reforço militar visa “proteger a segurança e a prosperidade do Hemisfério Ocidental contra ameaças transnacionais”.

O almirante Alvin Holsey, que lidera as operações militares dos EUA no Caribe e na América Latina, declarou que as forças americanas estão preparadas para enfrentar quaisquer ameaças que busquem desestabilizar a região. Holsey deixará o comando no próximo mês, após um ano frente às operações.

Em resposta a essa movimentação, o governo de Trinidad e Tobago, que fica a apenas 11 quilômetros da costa venezuelana, iniciou novos exercícios militares conjuntos com tropas americanas, uma ação que o ministro das Relações Exteriores, Sean Sobers, descreveu como parte do combate ao crime organizado. O primeiro-ministro de Trinidad e Tobago expressou apoio público às ações dos EUA na região.

Por outro lado, o governo venezuelano, liderado por Nicolás Maduro, qualificou os exercícios militares como um “ato de agressão” e não fez comentários diretos sobre a entrada do porta-aviões no Caribe. Maduro enfrenta acusações de narcoterrorismo nos EUA e alegou que Washington está “fabricando” um conflito contra sua administração. Recentemente, a Venezuela anunciou uma mobilização ampliada de tropas e civis, temendo ações militares americanas.

A presença do USS Gerald R. Ford levanta questões sobre o futuro das operações militares americanas na região. O presidente Donald Trump mencionou a intenção de “parar as drogas que entram por terra”, sugerindo uma possível ampliação das ações, enquanto parlamentares no Congresso pedem mais esclarecimentos sobre a base legal para os ataques. Recentemente, uma proposta para limitar a autoridade do presidente foi rejeitada pela maioria republicana.

Especialistas indicam que a presença do porta-aviões pode realmente mudar o cenário regional, mesmo que ataques diretos dentro da Venezuela não sejam uma realidade iminente. A analista Elizabeth Dickinson, do International Crisis Group, comentou que a operação demonstra o poder militar dos EUA na América Latina, elevando as tensões não apenas na Venezuela, mas em toda a região.

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