Vaticano Rejeita Dogma de Maria como ‘Corredentora’, Encerrando Debate Teológico

O Vaticano, por meio do Dicastério para a Doutrina da Fé, encerrou um longo debate teológico ao concluir que a Virgem Maria não pode ser considerada “corredentora” da humanidade. A decisão impede a proclamação de um novo dogma que atribuiria a Maria o poder de compartilhar com Jesus a salvação do pecado.

O Cardeal Víctor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério, apresentou o documento “Mater Populi Fidelis” em uma coletiva de imprensa, detalhando os títulos apropriados para se referir à mãe de Deus. O texto esclarece que Maria não pode ser definida como “redentora”, “mediadora” ou como aquela que concede graças.

“Tendo em conta a necessidade de explicar o papel subordinado de Maria a Cristo na obra da Redenção, é sempre inoportuno o uso do título de corredentora para definir a cooperação de Maria”, afirma o documento. O Vaticano argumenta que tal título pode obscurecer a mediação única de Cristo na salvação, gerando confusão e desequilíbrio na fé cristã.

O texto também enfatiza que não se pode falar de outra mediação na graça além da de Jesus Cristo, descartando a ideia de Maria como “mediadora” para alcançar a salvação. Apesar disso, o documento reconhece o papel de Maria como “dispositiva” na ordem da graça, com sua proteção maternal ajudando a preparar os fiéis para a vida da graça concedida por Deus.

A questão da “corredenção” de Maria tem sido objeto de intenso debate entre teólogos, especialmente mariólogos, por anos. Setores ultraconservadores da Igreja Católica defendem o culto de Maria como “corredentora”, chegando a solicitar a proclamação de um novo dogma. No entanto, essa visão não prevaleceu, mantendo-se os quatro dogmas existentes sobre a Virgem: Imaculada Conceição, Virgindade Perpétua, Maternidade Divina e Assunção.

Embora figuras como João Paulo II tenham se referido a Maria como “corredentora”, o Papa Francisco já havia expressado ceticismo em relação à proposta de um novo dogma. Vários santos também se referiram à Virgem como “corredentora”, o que motivou a criação de uma comissão no XIII Congresso Mariológico Internacional em 1996, que já havia emitido uma resposta negativa à instituição do novo dogma. Mesmo assim, as petições continuaram, com um documento contendo assinaturas de bispos e fiéis sendo apresentado ao Papa Francisco, sem sucesso.

Fonte: http://vistapatria.com.br

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