Desempenho das vendas em setembro frustra expectativas de crescimento em meio a uma política monetária restritiva

Vendas no varejo do Brasil recuam 0,3% em setembro, contrariando expectativas de crescimento.
Vendas no varejo do Brasil caem 0,3% em setembro, surpreendendo analistas
As vendas no varejo do Brasil recuaram 0,3% em setembro sobre agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Esse resultado frustrou as projeções de analistas, que esperavam uma alta de 0,3% na comparação mensal. O desempenho das vendas reflete uma desaceleração gradual da atividade econômica em meio a uma política monetária restritiva, com a taxa Selic atualmente em 15% ao ano.
No comparativo anual, as vendas apresentaram um avanço de 0,8%, mas a queda mensal indica um cenário desafiador para o comércio varejista. Seis dos oito setores pesquisados tiveram quedas em relação ao mês anterior, destacando-se os segmentos de livros, revistas e papelaria, que recuaram 1,6%, além de tecidos, vestuário e calçados, que caíram 1,2%. Em contrapartida, outros artigos de uso pessoal e doméstico avançaram 0,5%, e artigos farmacêuticos e de perfumaria subiram 1,3%.
Comércio varejista ampliado e suas nuances
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, materiais de construção e atacado de produtos alimentícios, o volume de vendas cresceu 0,2% em setembro em relação ao mês anterior, com alta de 1,1% na comparação com setembro do ano passado. Esse crescimento, embora modesto, demonstra uma certa resiliência em um setor que tem enfrentado oscilações significativas ao longo do ano.
Em agosto, o varejo havia registrado um crescimento de 0,1%, interrompendo uma série de quatro resultados negativos consecutivos. A oscilação das vendas neste ano é atribuída ao equilíbrio delicado entre uma taxa básica de juros elevada e um mercado de trabalho aquecido, que tem gerado aumentos na renda. A expectativa é que as próximas semanas revelem mais sobre a tendência de consumo e a recuperação do setor, considerando as pressões econômicas em curso.
Perspectivas futuras para o varejo brasileiro
O cenário atual para o varejo brasileiro é complexo, onde as taxas de juros elevadas podem continuar a impactar o consumo. Com uma política monetária restritiva, os consumidores tendem a ser mais cautelosos em suas compras, o que pode refletir em novas oscilações nas vendas ao longo dos próximos meses. As expectativas para o final do ano também estão incertas, e os comerciantes devem se preparar para um cenário onde a recuperação pode ser mais lenta do que o esperado. O mercado de trabalho, embora aquecido, pode não ser suficiente para impulsionar o consumo em face de uma Selic elevada, e isso deve ser monitorado de perto por todos os envolvidos no setor.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: REUTERS/ Paulo Whitaker



