Vendas no varejo registram crescimento em outubro, mas caem em relação a 2024

Apesar do aumento de 0,4% nas vendas, o setor enfrenta queda de 1,5% em comparação ao ano anterior

Vendas no varejo registram crescimento em outubro, mas caem em relação a 2024
Cabides com roupas em mostruário de loja de moda (Foto: Kai Pilger/Pexels)

O varejo brasileiro cresceu 0,4% em outubro, mas caiu 1,5% em relação a 2024, segundo Índice Stone.

Vendas no varejo crescem em outubro, mas caem em relação a 2024

Em outubro, o varejo brasileiro apresentou um crescimento modesto de 0,4% nas vendas, conforme indicado pelo Índice do Varejo Stone (IVS), divulgado nesta quinta-feira (13). No entanto, ao comparar com o mesmo mês de 2024, o setor enfrentou uma queda de 1,5%. Essa discrepância revela um panorama de recuperação ainda cautelosa do consumo, em meio a um endividamento histórico das famílias e uma inflação que, embora arrefecida, ainda impacta o poder de compra.

Guilherme Freitas, economista e cientista de dados da Stone, observa que, apesar da leve alta nas vendas, o varejo se mantém em um ritmo moderado. A recuperação do consumo é sustentada em grande parte pelo mercado de trabalho aquecido, com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos e uma massa de rendimentos elevada. Contudo, a alta proporção de renda comprometida com dívidas limita uma recuperação mais acentuada.

Endividamento das famílias continua elevado

O endividamento das famílias brasileiras tem alcançado níveis alarmantes, com a proporção de famílias inadimplentes permanecendo em 30,5%, a mesma registrada em setembro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC. Além disso, 79,5% das famílias estão endividadas, o que reforça a urgência de medidas para mitigar esse problema.

Segmentos do varejo: altas e quedas

Entre os oito segmentos analisados, cinco apresentaram crescimento em outubro. O maior destaque foi para Tecidos, Vestuário e Calçados, que registraram um aumento de 1,2%, seguido por Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (1,1%), Livros e Papelaria (0,5%), Artigos Farmacêuticos (0,2%) e Supermercados e Alimentos (0,1%). Por outro lado, Combustíveis e Lubrificantes tiveram a maior queda, recuando 2,3%, seguidos por Móveis e Eletrodomésticos (-0,5%) e Materiais de Construção (-0,4%).

No comparativo anual, apenas Livros, Jornais e Papelaria (0,9%) e Artigos Farmacêuticos (0,5%) mostraram crescimento. Os segmentos de Móveis e Eletrodomésticos e Supermercados e Alimentos, ambos com queda de 2,5%, foram os que mais perderam.

Preços e desempenho regional

Os segmentos com melhor desempenho de vendas, como Tecidos, Vestuário e Calçados, também foram os que apresentaram as maiores altas nos preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,09% em relação a setembro, acumulando 4,68% nos últimos 12 meses. O grupo Vestuário, por exemplo, teve uma variação de preços de 0,51% em outubro, impulsionada principalmente por aumentos nos calçados e acessórios.

A análise por regiões revela um desempenho desigual nas vendas. Apenas seis estados registraram crescimento, com Amapá (4,2%) e Espírito Santo (2,7%) liderando. As maiores quedas foram observadas em Rondônia (-8,6%), Rio Grande do Sul (-4,7%) e Santa Catarina (-3,6%).

Esse cenário apresenta um desafio para o varejo, que precisa encontrar estratégias eficazes para retomar o crescimento em meio a um ambiente econômico instável e com consumidores cautelosos.

Fonte: www.infomoney.com.br

Fonte: Kai Pilger/Pexels

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