Zoneamento de risco climático para a cultura do alho é estabelecido no Brasil

Iniciativa visa melhorar a produção e reduzir perdas com eventos climáticos adversos

Zoneamento de risco climático para a cultura do alho é estabelecido no Brasil
Foto: divulgação

O alho é a mais nova hortaliça a ter zoneamento de risco climático no Brasil, visando melhorar a produção.

Introdução ao zoneamento de risco climático para a cultura do alho

Neste 25 de setembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que a cultura do alho é a mais nova hortaliça a ser contemplada pelo Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Este programa estabelece as regiões de produção e as épocas de plantio mais favoráveis para o cultivo no Brasil, com o intuito de minimizar as perdas causadas por eventos meteorológicos adversos.

Objetivos do zoneamento para o alho

O zoneamento tem como principal objetivo identificar áreas de menor risco climático e definir os melhores períodos de plantio para o alho. A iniciativa foi fundamentada em pesquisas realizadas pela Embrapa Hortaliças, em colaboração com associações de produtores e instituições de pesquisa agropecuária. O pesquisador Marcos Braga, que lidera os estudos, destaca que o Zarc considera apenas os riscos agroclimáticos, partindo do pressuposto de que as demais necessidades da cultura serão atendidas por um manejo agronômico adequado.

Importância da vernalização e manejo

A cultura do alho nobre, que é a mais comum no Brasil, exige condições específicas de cultivo para alcançar alta produtividade. As temperaturas ideais para a formação dos bulbos variam entre 10ºC e 25ºC, e a quantidade de luz diária deve ser superior a 13 horas. Para garantir a formação adequada dos bulbos, o processo de vernalização é crucial. Esse tratamento envolve a exposição dos bulbos a condições de frio antes do plantio, o que possibilita que o alho se desenvolva em regiões com climas menos favoráveis.

Condições climáticas e exigências do cultivo

As cultivares de alho nobre são adaptadas às regiões sul do Brasil e requerem temperaturas mais amenas e um fotoperíodo adequado. O zoneamento agora divide o Brasil em regiões tropicais e subtropicais, considerando que, apesar de as variedades serem as mesmas, as épocas de plantio e os sistemas de produção variam significativamente. Isso reflete a necessidade de um manejo cuidadoso para evitar perdas produtivas.

Desafios e recomendações para produtores

Além das condições climáticas, os produtores devem estar atentos à irrigação, que é fundamental para a produção de alho. A cultura exige entre 400 mm e 850 mm de água durante o ciclo produtivo, e a irrigação deve ser realizada de forma controlada para evitar problemas de drenagem e garantir a saúde das plantas. O risco de doenças, como a podridão branca, também deve ser considerado, pois pode inviabilizar a colheita.

Conclusão

O zoneamento de risco climático para a cultura do alho é um avanço significativo para a agricultura brasileira. Com a implementação dessa ferramenta, espera-se não apenas melhorar a produção, mas também garantir a sustentabilidade econômica dos agricultores envolvidos na cultura do alho. Os resultados do Zarc podem ser acessados através do Painel de Indicação de Riscos, disponível online, e os produtores são incentivados a seguir as diretrizes estabelecidas para obter os benefícios dos programas de garantia e subvenção ao seguro rural.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *