Um estudo recente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lança luz sobre as disparidades no desenvolvimento municipal brasileiro. Quase metade dos municípios do país (47,3%) apresentam níveis de desenvolvimento considerados baixos ou críticos, impactando a vida de aproximadamente 57 milhões de pessoas. A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (8), utiliza o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) para avaliar as condições de vida em cada localidade.
O IFDM, que varia de 0 a 1, analisa indicadores de emprego e renda, saúde e educação. Municípios com pontuação inferior a 0,4 são classificados como “críticos”, enquanto aqueles entre 0,4 e 0,599 são considerados de “baixo” desenvolvimento. Apenas uma pequena parcela dos municípios alcança níveis “alto” (4,6%) ou “moderado” (48,1%) de desenvolvimento.
Apesar do cenário preocupante, o estudo aponta para uma evolução geral no desenvolvimento municipal na última década. Em 2013, um número significativamente maior de municípios (36%) era classificado como “crítico”, e 41,4% como “baixo”. A média do IFDM nacional saltou de 0,4674 para 0,6067 em 2023, representando um aumento de quase 30%.
O economista-chefe da Firjan, Jonathas Goulart, ressalta, no entanto, que a disparidade entre os municípios mais e menos desenvolvidos persiste. “Os municípios menos desenvolvidos estão com 23 anos de atraso em relação aos municípios com alto desenvolvimento”, afirma Goulart, evidenciando a existência de “dois países completamente diferentes” dentro do Brasil.
A pesquisa revela ainda uma forte concentração dos municípios com baixo desenvolvimento nas regiões Norte e Nordeste, que juntas, concentram 87% das cidades nessa faixa. Em contrapartida, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam uma situação mais favorável, com apenas cerca de 20% de seus municípios nessas categorias. O Amapá se destaca negativamente, com 100% de seus municípios em situação crítica ou de baixo desenvolvimento.
No topo do ranking do IFDM, figuram municípios de São Paulo e Paraná, com destaque para Águas de São Pedro (SP) e Curitiba (PR). Já na outra extremidade, os piores índices são encontrados em cidades do Norte e Nordeste, como Ipixuna (AM) e Jenipapo dos Vieiras (MA). A pesquisa da Firjan oferece um panorama detalhado do desenvolvimento municipal no Brasil, evidenciando os desafios a serem superados para reduzir as desigualdades regionais e promover o bem-estar da população.
Fonte: http://www.infomoney.com.br