O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma nova versão do mapa-múndi que coloca o Brasil no centro da representação global, com o hemisfério sul posicionado na parte superior. A iniciativa, que apresenta o chamado “mapa invertido”, foi compartilhada nas redes sociais pelo presidente do órgão, Márcio Pochmann, cuja indicação partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pochmann justificou a novidade como uma forma de “ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como no Brics e Mercosul e na realização da COP30 em 2025”, conforme publicação em seu perfil no X (antigo Twitter).
Contudo, a iniciativa ocorre em meio a um cenário de tensões internas no IBGE. Servidores já expressaram, em carta aberta divulgada em janeiro, preocupações com o que descrevem como “posturas autoritárias” na gestão, além de denúncias de aparelhamento e desrespeito ao corpo técnico do instituto. O sindicato da categoria (AssIBGE) tem se posicionado publicamente contra a condução de Pochmann.
Além disso, a gestão tem enfrentado críticas relacionadas a uma série de demissões no alto escalão, motivadas por alegações de interferência ideológica e enfraquecimento técnico. Outro ponto de discórdia é a criação da Fundação IBGE+, entidade de direito privado vinculada ao instituto, cuja suspensão foi determinada pelo governo federal em janeiro após gerar polêmica.
Vale lembrar que, em abril de 2024, o IBGE já havia lançado uma versão do Atlas Geográfico Escolar com o Brasil centralizado, embora sem a inversão dos hemisférios. Na época, a publicação foi alvo de críticas devido a erros em conteúdos científicos, como a troca dos períodos geológicos Jurássico e Cretáceo. O IBGE admitiu as falhas e divulgou uma errata. Até o momento, o IBGE não comentou oficialmente as críticas recentes ao mapa ou as denúncias sobre sua gestão.
Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br
