Entenda como a pareidolia influencia nossa percepção e suas implicações científicas

A pareidolia é um fenômeno que nos leva a ver rostos em padrões aleatórios, como nuvens e objetos.
O que é pareidolia e como funciona
A pareidolia é um fenômeno cerebral que faz com que percebamos formas significativas em padrões aleatórios. Esse comportamento é a razão pela qual enxergamos rostos em nuvens, tomadas, montanhas ou até em fotos feitas por sondas espaciais. O termo, que deriva do grego, combina “para” (“errado” ou “ao lado de”) e “eidōlon” (“imagem” ou “forma”).
A relação entre pareidolia e apofenia
Segundo estudos citados por diversas fontes, a pareidolia é uma forma de apofenia, que é a tendência humana de buscar padrões mesmo quando eles não existem. A explicação mais aceita para esse fenômeno é de natureza evolutiva: nossos cérebros desenvolveram mecanismos ultrarrápidos de reconhecimento facial, essenciais para a sobrevivência. No entanto, esse sistema pode gerar “falsos positivos”, fazendo com que vejamos rostos onde só há sombra e textura.
Exemplos de pareidolia em nosso cotidiano
Um exemplo clássico da pareidolia é o famoso “rosto em Marte”, avistado por sondas como a Viking 1 em 1976. Mais recentemente, rovers da NASA documentaram formas que lembravam um “rosto cansado” ou um “capacete de batalha” em imagens do planeta vermelho. A pareidolia também se manifesta em objetos religiosos, como a suposta imagem da Virgem Maria em um toco de árvore na Irlanda ou representações de figuras religiosas em alimentos, como a tortilla encontrada nos EUA em 1977.
Pareidolia auditiva e suas implicações
Além de ser um fenômeno visual, a pareidolia pode ocorrer também em formas auditivas. Em 1969, algumas pessoas relataram ouvir a frase “Paul is dead” ao tocar a música “Strawberry Fields Forever” ao contrário. Esse tipo de percepção mostra como a expectativa pode moldar o que ouvimos.
Implicações científicas da pareidolia
Estudos recentes indicam que a tendência à pareidolia pode variar entre diferentes grupos de pessoas. Um estudo de 2022 publicado na PNAS mostrou que somos mais propensos a ver rostos masculinos. Outro estudo sugere que aqueles que são mais suscetíveis à pareidolia também relatam mais experiências paranormais. Em quadros clínicos, crianças com transtorno do espectro autista (TEA) tendem a identificar menos faces ilusórias, enquanto indivíduos com Parkinson ou demência com corpos de Lewy podem perceber mais.
Conclusão
A pareidolia é um exemplo fascinante de como nosso cérebro interpreta o mundo ao nosso redor. Se por um lado nos leva a ver rostos em lugares inusitados, por outro, revela muito sobre a maneira como a percepção humana funciona. Seja em nuvens, em objetos do cotidiano ou até mesmo em músicas, a pareidolia continua a instigar curiosidade e a provocar discussões sobre a natureza da nossa percepção.




