Desentendimentos entre presidentes da Câmara e do Senado complicam a relação com o governo Lula

Tensão entre líderes do PT e presidentes do Congresso desafia governo Lula em pautas importantes.
Tensão política entre o governo Lula e o Congresso
Em 25 de novembro de 2025, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um dos maiores desafios institucionais do ano. A crise se intensifica com desentendimentos entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e os líderes do PT nas duas Casas. O receio entre os governistas é que essa tensão comprometa a votação de pautas essenciais para o Executivo, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Conflitos entre líderes do PT e presidentes do Congresso
Na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), conhecido por seu perfil firme e combativo, não hesita em criticar as decisões de Motta. Enquanto isso, no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), mais conciliador, enfrenta um impasse com Alcolumbre devido à escolha de Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse contexto, cabe aos líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP) e José Guimarães (PT-CE), a tarefa de apaziguar as relações.
A influência do Centrão e as críticas a Motta
Lindbergh Farias expressou sua insatisfação ao afirmar que “o Centrão não indica líder do PT”, após romper com Motta. O clima no Senado, que antes era de harmonia, mudou consideravelmente. Alcolumbre, que havia evitado críticas públicas a Lula, agora se vê em conflito devido à indicação de Jorge Messias para o STF, escolhida em detrimento do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que é próximo a ele.
Projetos importantes em jogo
A desilusão de Alcolumbre se intensificou com a escolha de Messias, que será submetido a uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Essa indicação, anunciada por Lula em 20 de novembro, gerou reações adversas, uma vez que Alcolumbre não foi previamente comunicado da decisão. O presidente do Senado se recusa a atender o líder do PT, Jaques Wagner, e a votação de Messias deve ocorrer apenas em 2026.
Descontentamento na Câmara
O descontentamento na Câmara é evidente. As trocas de farpas entre Lindbergh Farias e Hugo Motta começaram na aprovação do Projeto de Lei (PL) Antifacção. Motta, em defesa do projeto, afirmou que não se tratava de uma questão ideológica, mas, ao assumir publicamente o rompimento, disse: “Não tem coisas vindas dele, o presidente não acolhe”. Lindbergh, por sua vez, acusou Motta de ter uma “conduta imatura” e afirmou que o Congresso “não é um grupo de amigos”.
O impacto nas votações
Com a tensão crescente, a aprovação de projetos prioritários para o governo, como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, pode ser afetada. Essa medida, que já recebeu aval no Senado, é vista como um trunfo para o PT na corrida pela reeleição e precisa ser aprovada rapidamente.
Conclusão
A atual crise entre o Congresso e os líderes do PT representa um desafio significativo para a governabilidade de Lula. A habilidade dos líderes do governo em mediar essa situação determinará o sucesso das pautas essenciais que ainda precisam ser votadas no Legislativo.
Fonte: www.metropoles.com



