Nova técnica desenvolvida promete ser mais econômica e sustentável
Nova técnica reduz significativamente os custos de recuperação de lítio de baterias usadas, prometendo uma alternativa sustentável.
Nova técnica de recuperação de lítio de baterias usadas
A recuperação de lítio de baterias usadas é um desafio crescente, especialmente à medida que a demanda por veículos elétricos e dispositivos eletrônicos aumenta. Pesquisadores da University of Illinois Urbana-Champaign desenvolveram um método que promete revolucionar esse processo. A técnica, que alcança um custo estimado de US$ 12,70 por quilo (cerca de R$ 67,73), é significativamente inferior ao preço do lítio no mercado, que estava em torno de US$ 13,17 por quilo durante o estudo.
Alternativa sustentável à mineração
O método inovador surge como uma alternativa viável à mineração tradicional de lítio, que é cara e gera impactos ambientais. Enquanto métodos anteriores para a extração de lítio de baterias gastas eram economicamente inviáveis devido à complexidade de separar o lítio de outros componentes, a nova abordagem se destaca por sua simplicidade e eficiência. O estudo foi publicado na revista ACS Energy Letters e apresenta um potencial promissor para a indústria.
Processo de recuperação
A equipe liderada pelo professor Xiao Su desmontou baterias usadas e imergiu os componentes em um solvente orgânico, criando uma solução rica em lítio. Para a separação do metal, foi desenvolvido um eletrodo especial feito de copolímero. Esse material é capaz de se ligar ao lítio e responder a correntes elétricas. Quando eletrificado, o eletrodo captura apenas o lítio, deixando outros metais para trás. Os pesquisadores relataram que este eletrodo manteve sua condutividade por mais de 500 ciclos, indicando sua durabilidade e potencial para uso contínuo.
Comparação com métodos tradicionais
Os métodos tradicionais de recuperação de lítio, como a lixiviação ácida e a fusão em alta temperatura, apresentam custos muito mais elevados. A lixiviação ácida, por exemplo, pode variar entre US$ 81 e US$ 462 por quilo, enquanto a fusão em alta temperatura tem custos entre US$ 36 e US$ 126 por quilo, com menor eficiência na separação do metal. Com base nesses dados, o novo método pode se tornar a primeira rota comercialmente viável para a recuperação de lítio, sendo até mais barata do que a compra direta do metal no mercado.
Próximos passos na pesquisa
Os autores do estudo ressaltam que essa pesquisa serve como uma prova de conceito e que o próximo passo envolve escalar e aprimorar a técnica. O professor Xiao Su destaca a importância das separações eletroquímicas na reciclagem de metais em diferentes tipos de solventes. O objetivo final é contribuir para uma cadeia de suprimentos mais sustentável, que fortaleça a segurança no abastecimento e minimize os impactos ambientais associados à mineração.
A inovação apresentada pode não apenas reduzir custos, mas também ajudar a mitigar os efeitos adversos da extração de lítio no meio ambiente, promovendo uma economia circular mais eficiente no setor de baterias.
