Camada de ozônio pode se recuperar até 2066

Estudo revela progresso, mas alerta para vigilância constante

Camada de ozônio pode se recuperar até 2066
Foto: Wikimedia Commons

A camada de ozônio da Terra está em processo de recuperação, podendo voltar aos níveis da década de 1980 até 2066. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de vigilância constante.

Na última terça-feira (16), Dia Mundial do Ozônio e marco dos 40 anos da Convenção de Viena, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou um boletim que trouxe boas notícias: a camada de ozônio da Terra está em processo de recuperação e pode voltar aos níveis da década de 1980 nas próximas décadas.

Progresso na recuperação da camada de ozônio

O relatório mostra que o buraco sobre a Antártida em 2024 foi menor do que nos anos anteriores, sinalizando uma tendência positiva. Essa recuperação não aconteceu por acaso, mas é resultado direto da cooperação internacional iniciada em 1985 com a Convenção de Viena e fortalecida em 1989 com o Protocolo de Montreal. Esse acordo determinou a eliminação gradual das substâncias que destroem o ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs).

Impactos da recuperação

Graças a essa ação conjunta, mais de 99% dessas substâncias nocivas já foram eliminadas do mercado global. Cientistas projetam que a camada de ozônio deve se recuperar até 2040 no restante do mundo, até 2045 no Ártico e até 2066 na Antártida. A restauração da camada traz impactos concretos para a vida humana e para os ecossistemas, protegendo a saúde contra a radiação ultravioleta (UV) excessiva, que reduz riscos de doenças como câncer de pele e catarata.

Vigilância contínua necessária

Apesar dos avanços históricos, especialistas ressaltam que o trabalho está longe de ser concluído. O presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação UV, Matt Tully, destaca que o monitoramento global precisa continuar para garantir que os avanços não sejam revertidos. Outro ponto crucial é a Emenda de Kigali, que prevê a redução gradual dos hidrofluorcarbonetos (HFCs). Sua eliminação pode evitar até 0,5°C de aquecimento global até o fim do século, um ganho fundamental na luta contra a crise climática.
O boletim da OMM mostra que a recuperação completa da camada de ozônio até 2066 é possível, mas depende de compromisso contínuo e responsabilidade global.

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