Exceções fiscais do governo geram distorções na economia brasileira

Relatório da Instituição Fiscal Independente critica medidas do governo Lula

Exceções fiscais do governo geram distorções na economia brasileira
Ministro da Fazenda Fernando Haddad durante audiência. Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES — Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

Governo Lula enfrenta críticas por exceções à meta fiscal, aponta relatório da IFI.

Exceções à meta fiscal comprometem a credibilidade do governo

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem enfrentado críticas por criar diversas exceções à meta fiscal nos últimos anos. Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), um órgão vinculado ao Senado Federal, essas exceções distorcem a função essencial do arcabouço fiscal, que deveria ancorar as expectativas sobre a política fiscal do país.

A IFI destaca que a expansão do mecanismo de deduções da meta para empresas estatais, juntamente com a busca pelo limite inferior da meta de resultado primário durante a execução orçamentária, tem ampliado as distorções do regime fiscal. Em vez de abordar as causas dos desequilíbrios fiscais, o governo tem se concentrado em lidar com os sintomas, o que pode resultar em consequências negativas a longo prazo.

Desafios da política fiscal no Brasil

O alerta foi expresso no Relatório de Acompanhamento Fiscal de novembro, publicado em 19 de novembro de 2025. O documento aponta que, apesar dos esforços do governo para consolidar suas contas, a vinculação de despesas a receitas dificulta esse processo. Isso ocorre porque, ao buscar aumentar a arrecadação, o governo acaba por pressionar outras despesas que estão sujeitas ao teto, como saúde e educação.

A IFI observou que, no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado ao Congresso Nacional em agosto, a expectativa é que as despesas obrigatórias correspondam a 90% do total das despesas que estão sob o teto. Esse cenário gera um ciclo vicioso, onde o aumento da arrecadação é acompanhado pela ampliação das despesas, o que pode colocar em risco a sustentabilidade fiscal do governo.

Fragilidade da regra fiscal

O relatório da IFI também menciona que, embora exceções possam ser justificadas em situações imprevisíveis, a criação de exceções por meio de medidas previsíveis indica fragilidade nas regras fiscais estabelecidas. Essa prática, conforme o relatório, gera problemas na credibilidade do governo, uma vez que a confiança nas políticas fiscais é essencial para a estabilidade econômica.

Além disso, a IFI enfatiza que a abordagem do governo em relação às metas fiscais, ao invés de promover uma contenção de gastos, tem se concentrado em aumentar a arrecadação, o que pode levar a um descompasso ainda maior nas contas públicas. As críticas ao governo ressaltam a necessidade de uma reavaliação das estratégias fiscais adotadas atualmente.

Conclusão

Diante desse cenário, a IFI sugere que o governo reconsidere suas abordagens e busque soluções que não apenas aumentem a arrecadação, mas que também promovam uma contenção efetiva das despesas. A saúde das contas públicas é fundamental para garantir a estabilidade econômica e a credibilidade do governo, essenciais para a confiança dos investidores e a sustentabilidade do desenvolvimento econômico do Brasil.

Fonte: www.metropoles.com

Fonte: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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