O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou um duro golpe contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) nesta terça-feira (6), denunciando seis indivíduos ligados à facção. As acusações incluem a formação de organização criminosa, crimes contra a ordem tributária, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro, revelando um complexo esquema financeiro operado pelo grupo. Todos os denunciados possuem um histórico criminal extenso ou conexões diretas com figuras do submundo, segundo a investigação.
A ação do GAECO é um desdobramento da Operação Latus Actio, iniciada em março de 2024. O objetivo central da operação é reprimir a exploração de jogos de azar, especialmente rifas promovidas e amplamente divulgadas por artistas e influenciadores nas redes sociais, que mascaravam atividades ilícitas.
As investigações avançaram em duas fases subsequentes, em dezembro de 2024 e abril de 2025, com apoio da Polícia Federal e da Corregedoria da Polícia Civil. O foco se concentrou no grupo econômico Love Funk, um agenciador de artistas e produtor de shows de funk, que ostenta um faturamento milionário sob suspeita.
Transações financeiras atípicas levantaram suspeitas, incluindo movimentações de recursos que excedem a capacidade financeira declarada do grupo. “Movimentação de recursos vultosos nos anos de 2020 e 2021, período no qual, muito embora se estivesse no auge da pandemia da Covid-19, justificou-se tratar de bilheterias e vendas em shows”, informou o Ministério Público.
A quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático dos acusados revelou ligações sombrias. Entre os denunciados, está um homem que cumpre pena pelo homicídio de Gegê do Mangue e Paca, líderes do PCC, e outro condenado a 15 anos de prisão por participação no roubo ao Banco Central em Fortaleza. A origem dos recursos movimentados inclui tráfico de drogas e outras atividades ilegais, com o patrimônio sendo expandido por meio de laranjas, como uma extensa fazenda de gado na Paraíba.
Além da condenação dos envolvidos, o Ministério Público pede à Justiça a reparação de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. Requer também a perda, em favor do estado de São Paulo, de todos os bens móveis e imóveis dos denunciados e das empresas envolvidas, que já foram bloqueados, apreendidos ou sequestrados durante a operação. A ação marca um importante passo no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro no estado.