Em uma decisão que surpreendeu o mercado, a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) anunciou um novo aumento acelerado na produção de petróleo, elevando a oferta em 411 mil barris por dia já em junho. A medida ocorre em um momento delicado, com preços em queda e crescentes temores sobre a demanda global, gerando debates sobre a estratégia do grupo.
Apesar das preocupações com a desaceleração econômica e do recente recuo nos preços do petróleo, a OPEP+ justificou o aumento da produção com base em “fundamentos saudáveis” do mercado e níveis de estoque considerados baixos. A decisão foi tomada após uma reunião online que durou pouco mais de uma hora, demonstrando a urgência e o consenso entre os membros sobre a necessidade de aumentar a oferta.
A decisão da OPEP+ ocorre em um contexto de pressões políticas e disputas internas. Fontes internas revelaram que a Arábia Saudita, líder do cartel, estaria buscando acelerar o fim dos cortes de produção anteriores, em parte como forma de penalizar o Iraque e o Cazaquistão pelo descumprimento de suas cotas de produção. Além disso, o grupo enfrenta apelos do governo dos Estados Unidos para aumentar a produção e conter os preços da energia.
Vale lembrar que, em dezembro, oito países da OPEP+ que implementaram um corte de produção de 2,2 milhões de barris por dia, concordaram em eliminá-lo gradualmente, com aumentos mensais de cerca de 138 mil barris por dia, a partir de abril de 2025. O aumento agora em junho, portanto, representa uma antecipação dessa estratégia, em um esforço para equilibrar o mercado e responder às demandas globais.
O aumento da produção da OPEP+ em junho certamente terá implicações no mercado global de petróleo, com potencial para impactar os preços, a inflação e as políticas energéticas em todo o mundo. Resta saber se a estratégia do grupo será bem-sucedida em equilibrar a oferta e a demanda, ou se a medida poderá levar a novas turbulências no setor.
Fonte: http://www.infomoney.com.br